
O procedimento também tinha o objetivo de impedir à masturbação, que se acreditava causar muitas doenças mentais e físicas.
Mas os benefícios médicos da circuncisão foram questionados no final da década de 1960, quando a comunidade científica se manifestou contra ela, alegando que não havia benefício médico claro e que o risco de perda grave de sangue, infecção ou morte era alto.
Isso resultou em um declínio no número de homens circuncidados. A taxa de circuncisão em hospitais no Brasil varia, mas estudos indicam uma média de 47,8 circuncisões por 100 mil homens por ano no SUS.
Nos EUA, as taxas de circuncisão em hospitais caíram de 64,5% em 1979 para 58,3% em 2010, mas, em todo o mundo, estima-se que apenas cerca de 33% dos homens sejam circuncidados.
No entanto, pesquisas ainda mais modernas demonstraram que a circuncisão pode reduzir o risco de desenvolver câncer de pênis e infecções como sífilis, gonorreia e herpes. Também pode reduzir o risco de HIV em até 60%.
Um estudo realizado em Uganda, envolvendo casais heterossexuais em que um dos parceiros era HIV positivo, mostrou que nenhum dos homens circuncidados contraiu o HIV ao longo de 30 meses, enquanto 40 dos 137 homens que não foram circuncidados acabaram desenvolvendo o HIV.
Essa evidência se mantém em toda a África Subsaariana, mas não é tão clara em países desenvolvidos ou entre homens homossexuais, onde mais estudos são necessários.
Para as mulheres, um parceiro sexual circuncidado pode ter um risco reduzido de HPV, reduzindo assim o risco de desenvolver câncer cervical.
Então, como a circuncisão protege contra DSTs? Um estudo realizado pela equipe na Universidade do Norte do Arizona mostrou que, um ano após a circuncisão em adultos, os homens acabaram com 81% menos bactérias no pênis e ao redor dele.
Eric Price, o responsável pelo estudo, explicou que, em homens não circuncidados, o prepúcio pode ser suscetível à infecção porque a sobrecarga bacteriana pode impedir que células especializadas da pele, conhecidas como células de Langerhans, estimulem o sistema imunológico.
No entanto, com uma boa higiene, esses riscos podem ser minimizados.
Os benefícios da circuncisão começam a diminuir quando se estuda o prazer sexual. Pesquisas indicam que a remoção do prepúcio reduz a sensibilidade do pênis.
O prepúcio é inervado por nervos especializados que podem detectar toques leves, como os nervos encontrados nas pontas dos dedos e nos lábios.
A parte mais sensível do pênis encontra-se entre a região de transição entre a parte externa e interna do prepúcio, que é a região exposta quando o prepúcio se retrai durante a atividade sexual.
Estudos demonstraram que mesmo a parte mais sensível de um pênis circuncidado não é tão sensível quanto o prepúcio. Mas essa sensibilidade reduzida devido à circuncisão pode permitir que os homens durem mais tempo durante o sexo.
Um estudo documentou 47 homens que sofreram ejaculação precoce. Ao estudar antes e depois da circuncisão, constatou-se que o tempo de ejaculação aumentou quase dez vezes após a circuncisão, e a satisfação da parceira também aumentou.
Quando se trata de preferência visual por pênis circuncidados ou não circuncidados, ela se baseia principalmente em experiências e preconceitos.
A Associação Canadense de Pediatria afirma que, devido ao baixo risco de infecção na América do Norte, a circuncisão obrigatória não é justificada.
No entanto, em partes do mundo onde as DSTs são prevalentes, os benefícios da circuncisão podem superar os riscos.
No final das contas, se você vive em um país desenvolvido e é higiênico, não há uma grande diferença entre os dois.
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