![]() | Para quem vive em áreas propensas a desastres, o som de uma sirene de alerta externa interrompendo a paz é bastante comum. Esses alto-falantes, que compõem a rede de alertas de desastres, muitas vezes abrangendo todo o condado, precisam ser testados regularmente. Mas, em vez de soarem suas buzinas e irritarem desnecessariamente os cidadãos, por que as sirenes de alerta externas não podem tocar música suave durante os testes? É exatamente isso que países progressistas como o Japão fazem. |

Todos os dias, às 17h, alto-falantes em todo o país tocam diferentes músicas folclóricas para verificar se o sistema de alerta de desastres está funcionando. Essas transmissões diárias são conhecidas como shichōson bōsai gyōsei musen hōsō ("transmissão sem fio da administração de desastres do governo local"), ou apenas bōsai musen"", mas são popularmente chamadas de goji no chaimu ("sinal das 17h").
O governo local decide quais melodias tocar. As escolhas mais comuns são cantigas infantis, mas outros preferem músicas estrangeiras, como "Moon River", de Bonequinha de Luxo, "Colonel Bogey March", de A Ponte do Rio Kwai, e "Edelweiss", de A Noviça Rebelde. Ouça algumas das melodias gravadas em 38 diferentes prefeituras na seguinte playlist.
O horário dos testes diários também varia de acordo com a localidade. Embora o horário mais comum seja às 17h, alguns transmitem ao meio-dia. Outros têm duas transmissões de teste por dia, uma ao meio-dia e outra à noite, geralmente às 18h.
Os testes são tão regulares que muitos japoneses programaram suas rotinas diárias em torno desses sinais. Para um funcionário de escritório, pode significar um sinal para encerrar o trabalho. Para as crianças, pode ser um lembrete para voltar para casa antes de escurecer.
Algumas localidades também usam o bōsai musen como um sistema de anúncios públicos, relatando notícias locais, eventos futuros, nascimentos e mortes, e assim por diante.
Mas alguns governos locais exageram tanto no uso do sistema que acabam se tornando um incômodo, como as transmissões inúteis de ""Ohayō! Kyō mo ichinichi ganbarimashō!" ("Bom dia! Vamos dar o nosso melhor hoje também!") que acordavam os moradores de Anamizu na província de Ishikawa todas as manhãs às 7h.
Essa cidade também emite várias transmissões ao longo do dia, lembrando as pessoas sobre suas responsabilidades sociais: descartar o lixo corretamente, inscrever-se para exames de saúde e falar gentilmente com as crianças.
O sistema nacional de alerta de desastres foi instalado há cerca de 50 anos, após o terremoto de Niigata em 1964. Nove em cada dez cidades japonesas hoje possuem um bōsai musen. Eles estão conectados a um sistema nacional que pode transmitir alertas para todo o país em apenas sete segundos.
O atual sistema de alerta antecipado por satélite, o J-Alert, lançado em 2007, pode informar as autoridades locais em menos de um segundo. O alerta leva mais quatro segundos para ser retransmitido à população.
Um sistema de alerta externo pode parecer antiquado no mundo atual de celulares e Twitter, mas é insubstituível, especialmente para um país tão vulnerável quanto o Japão.
O sistema está sendo atualizado para torná-lo ainda mais útil, permitindo agora a transmissão de alertas para celulares, além de inserir mensagens em transmissões de rádio e televisão.
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