Da brilhante aurora dançante da Islândia ao cometa NeoWise voando acima do Monte Tamalpais, as fotos vencedoras do concurso Fotógrafo de Paisagem Internacional de 2021 capturam uma variedade diversificada e cativante de topografias e fenômenos da Terra. A competição anual está em seu oitavo ano e recebeu mais de 4.500 inscrições centradas em uma variedade de assuntos, enviados por fotógrafos profissionais e amadores de todo o mundo interessados em receber um prêmio total de US$ 18.000.

Com a primavera chega um dos espetáculos mais maravilhosos da natureza: ver as árvores florescerem. O cinegrafista Jack Johnston deslocou-se até Japão para gravar o Hanami ou floração das cerejeiras de uma forma absolutamente espetacular. Ele criou um time-lapse gravado com drones que mostra como a paisagem altera na medida que as flores de sakura estouram como ferozes nuvens de cor rosa e branco. Obter as imagens para um time-lapse da maneira tradicional é impossível por uma simples questão de bateria, de modo que ele voou seus drones dezenas de vezes pela mesma rota.

Em 1976, a Nigéria decidiu construir uma nova capital no interior do país, que representasse a unidade nacional e que ao mesmo tempo estivesse situada em território neutro a todas as partes implicadas. Ainda que a construção começou no final dessa década, foi preciso aguardar até o final dos anos 80 para que completassem as primeiras fases do projeto. Finalmente a nova capital, Abuja, substituiu à superpovoada Lagos, a maior área metropolitana do continente africano, em dezembro de 1991.

Em dezembro de 2017, a autora de livros de culinária iraniano Najmieh Batmanglij provou o Soragh pela primeira vez em Evaz, uma pequena cidade do interior no sul do Irã. Halimeh Jonaybi, uma cozinheira talentosa local, fez o Soragh do zero em seu quintal sob a sombra de uma velha palmeira. Najmieh se lembra do sabor salgado e de peixe do molho carmesim profundo com uma mineralidade particular, que foi mantido em conserva em uma jarra de barro, de fato, algo lembrou a ela o gosto de barro que experimentara quando criança.

Uma das jazidas arqueológicas mais importantes do mundo é o da vila austríaca de Hallstatt, situada na margem do lago do mesmo nome e ao pé do Hoher Dachstein, o pico mais alto dos Alpes do Salzkammergut. Ali explorou se desde tempos pré-históricos uma mina de sal, que é considerada a mais antiga do mundo, cujos registros indicam seu uso desde ao redor do ano 1500 a.C. ainda que a exploração começou muito antes. Em 1846 Johann Georg Ramsauer encontrou em Hallstatt uma necrópole pré-histórica com mais de 2000 tumbas pertencentes aos séculos VIII-V a.C.

Em 2017, cientistas do Departamento de Química da Universidade de Adis Abeba publicaram um estudo no qual revelavam que a salinidade da lagoa Gaet'ale ultrapassou os 43%, se tornando o corpo de água mais salgado do planeta. Além disso, o estudo indicou que a composição da água da lagoa era semelhante à do Lago Don Juan, um lago hipersalino localizado na Antártida. O Lago Don Juan foi considerado, desde a sua descoberta em 1961, como o mais salgado da Terra, com um nível de salinidade superior a 40%.

No ano passado, por volta de abril, os moradores do estado de Punjab, no norte da Índia, ficaram surpresos ao ver o Himalaia do telhado de suas casas pela primeira vez em décadas. O país estava no meio de uma quarentena para impedir a propagação da covid-19. O fechamento de fábricas e a liberação do tráfego nas ruas tiveram um impacto significativo na qualidade do ar. A melhoria ficou evidente quando a cordilheira de Dhauladhar, uma parte do Himalaia menor, localizada a cerca de 200 km de distância, apareceu uma manhã. Para muitos moradores, foi a primeira vez que viram os picos. Isso nos leva à pergunta: até onde podemos ver em um dia claro?

Descoberta em 1952 pelo bio-espeleólogo francês Henri Coiffait, a catarata Baatara encontra-se em Tannourine, no distrito de Batroun, no Norte do Líbano. Sua espetaculosidade consiste em que é uma cachoeira de três níveis, que cai de uns 255 metros de altura atravessando sucessivamente três buracos na rocha de calcário jurássico do local, conhecido como Sumidouro de Balaa. A gruta formada é conhecida por isso como "A Caverna das Três Pontes", resultado do processo erosivo de milhares de anos, que esculpiu lentamente esta maravilha da natureza.

O Fagradalsfjall, o vulcão em escudo com várias proeminências localizado a cerca de 40 quilômetros da capital islandesa, Reiquiavique, continua inquieto, mas sua sismicidade continua em níveis cada vez mais reduzidos e já não cospe mais lava. No entanto, quando os rios incandescentes se espalharam pelo vale Geldingadalir na península de Reykjanes, sudoeste da Islândia, de forma quase ininterrupta por mais de 3 meses, o espetáculo foi de cair o queixo. Até hoje continuam publicando imagens inéditas da sua erupção.

A uns 60 quilômetros de Copenhague, a capital dinamarquesa, encontra-se Haslev no bosque de Gisselfeld Klosters Skove. Trata-se de uma área de mata particular que abre ao público todos os dias até o por do sol. Seus proprietários queriam criar um parque com mirante que permitisse aos visitantes contemplar a incomum, para a região, paisagem montanhosa com abundantes banhados, penhascos, riachos e lagos de Gisselfeld. A empresa EFFEKT encontrou uma solução bastante espetacular para criar uma atração desse tipo sem estragar o bosque, criando uma torre de observação.

Não é incomum que na atualidade encontremos pequenos povoados italianos em ruínas, clamando por novos moradores com promessas vazias de vendas de propriedades a 1 euro, quando as reformas dessas mesmas propriedades podem custar uma pequena fortuna. Pois bem, o país transalpino tem outro povoado de aspecto decadente em Basilicata, na província de Matera, no sul. Até o nome é estranho: Craco. Mas há duas diferenças. Em primeiro lugar, Craco, construída sobre uma colina de pedra e argila, não está a venda. Em segundo lugar, e em estreita relação com o anterior, trata-se de uma cidade fantasma, completamente desabitada.

Lítla Dímun é uma ilha muito peculiar, não só pelo seu característico formato cônico que a faz parecer uma pirâmide no meio do mar. Nem pela nuvem lenticular particular que habitualmente se forma na sua parte superior, proporcionando uma esplêndida imagem de postal, mas também pelo fato de ser desabitada apesar de ter cem hectares de superfície, a não ser que consideremos como vizinhas as ovelhas que pastam tranquilamente na suas encostas íngremes. A razão é óbvia à primeira vista: não há terreno razoavelmente horizontal e o grau de desnível é tão grande que é impossível para um ser humano encontrar alojamento ali.