Todas as cores e expressões da publicidade social chocando o mundo (42 fotos)

Em meados dos anos 80 a publicidade da casa de moda italiana Benetton, especializada na produção de vestuário e acessórios para os jovens, passou a ser realizada pelo fotógrafo Oliviero Toscani, que surgiu com o slogan United Colors of Benetton (Cores Unidas da Benetton), que acabou se tornando uma marca em 1990. A partir dali a empresa começou a mostrar um tipo de publicidade que ninguém estava acostumado a ver.

Toscani decidiu fugir da propaganda tradicional, fazendo campanhas institucionais, não utilizando impressões do produto e nem dizer -sequer insinuar- às pessoas para comprar suas roupas. Todos os seus esforços passaram a visar a criação de polêmica em torno desses itens que normalmente são ignorados, estampando o logotipo da marca.

A primeira campanha publicitária mostrou as diferenças entre as pessoas e a imagem de uma mulher negra amamentando um bebê branco se tornou uma marca da empresa. As campanhas da Benetton seguiram chocando o mundo ao pregar a unidade de uma forma deferente, de uma forma como as coisas aconteciam, mas quase sempre nunca foi bem aceita. Oliviero Toscani disse sobre o assunto:

- "As agências de publicidade estão obsoletas e não têm nenhuma relação com o tempo atual. Para que seu cliente permaneça feliz, não tentam nada de novo. Não querem absolutamente saber o que está acontecendo no mundo. Criam uma falsa realidade e querem que as pessoas acreditem nela. Nós, ao contrário, mostramos a realidade nua e crua, e eles, sem coragem de inovar, nos criticam por isso".

Talvez a sua campanha mais controversa tenha sido a horrível foto do segundo homem a morrer de AIDS, que mostra David Kirby e sua família. O cartaz não é encenado, as pessoas que aparecem ali são todas reais e transmitem a verdadeira dor de uma família pouco antes da morte de David. Naqueles anos, o mundo acabara de começar a aprender sobre os perigos da AIDS.

Com tudo isso a Benetton criou uma verdadeira revolução na publicidade, porque foram capazes de provar que, para o desenvolvimento bem sucedido da marca, não necessariamente precisam criar um mundo de fantasia e de faz de conta associado ao seu produto. Pelo contrário promovem a marca mostrando, denunciando e principalmente alertando o mundo feio que temos ai fora com uma clara intenção de criar um pensamento crítico que seja capaz de melhorá-lo.