Saiba porque estas pessoas se recusam a comprar uma camiseta por 6 reais

Sabem aquela máxima que diz "Quando a esmola é demais até o santo desconfia!", ou pelo menos deveria desconfiar. A gente sabe que para manter a economia estável não há como vender um produto abaixo do que ele realmente vale, porque, no melhor dos casos, alguém está deixando de ganhar dinheiro ou então não está recebendo o valor devido por seus trabalhos, no pior. Aos poucos o hebetismo fashion de cobrar mais por uma marca está perdendo terreno, mas a grande concorrência fez com que as empresas se obrigassem a produzir em grandes quantidades para baixar o preço, aumentando as vendas e visando manter o lucro.

Mas esse aumento de produção trouxe um problema em seu bojo: as más condições e a desvalorização da mão de obra. Foi com base nessa nova realidade que a ONG Fashion Revolution criou campanhas para criar consciência sobre como algumas roupas baratas são produzidas (caras também).

Com o lema "Acreditamos em uma indústria da moda que valoriza as pessoas, o ambiente, criatividade e lucro em igual medida. Nossa missão é trazer todos juntos para que isso aconteça!", a organização criou recentemente uma campanha que colocou um expositor de venda automática nas ruas de Berlim com um anúncio indicando camisetas por apenas 2 euros. No momento em que os transeuntes colocavam as suas moedas na máquina para comprar uma camiseta, viam um vídeo com cenas de mulheres e crianças trabalhando por 13 centavos a hora para fabricar ditas peças de roupas.

Ao final, o suposto comprador é questionado sobre se quer manter a compra da camiseta ou se, ao contrário, quer doar aquele valor para a causa da Fashion Revolution.

Em tempo: muitas fábricas de marcas caras tem a mesma origem das baratas e muitas pessoas dizem que o problema não está na origem e sim no destino, ou seja, a indústria se mantém explorando a mão de obra infantil e escrava porque nós continuamos a consumir. Ademais, eu gostaria de ver um experimento social desse com produtos da Apple. Afinal a mão de obra escrava é a mesma, certo?