Los Angeles gastou $1,5 bilhões para alargar uma rodovia para acabar com os engarrafamentos. Resultado: O Horror

Um dos princípios mais básicos do urbanismo contemporâneo é "a lei de ferro do congestionamento". Resumida de forma muito simples, explica o fenômeno da demanda induzida: não importa quantas pistas ou novas estradas construa em um meio metropolitano, sempre terminarão entupidas de carros até o infinito. Alargar uma ou duas pistas, durante um breve período, alivia o engarrafamento. Depois expande. O motivo é simples: se constroem uma infraestrutura, as pessoas vão querer utilizá-la. E, a médio prazo, colapsará. Ao que parece, Los Angeles não estava muito consciente disso.

Durante a última década o governo da cidade propôs-se investir, outra vez, na célebre rede de rodovias da gigantesca metrópole. A cidade investiu mais de 1,5 bilhões de dólares para construir novas pistas que, a priori, deveriam acabar com os engarrafamentos. Não adiantou muito.

Assim, a interestadual 405, com ao redor de 115 quilômetros de circulação perimetral-urbana, congestiona de forma muito regular. É a protagonista desses vídeos virais em que todos as pistas ficam cheias de carros na operação saída de Ação de Graças, como aconteceu ontem novamente.

Nem Los Angeles nem muitas outras cidades (São Paulo que o diga) souberam implementar novos modelos de mobilidade diferentes, capazes de oferecer uma alternativa aos milhares de motoristas presos no trânsito ontem em um engarrafamento horrendo e interminável. Será que não já passou da hora de repensarmos o modelo rodoviário em favor do ferroviário?