Como, quando e quem inventou o sutiã?

É a década de 1920. A moda melindrosa prevalece marcada por vestidos curtos e soltos tomara-que-caia restritivos, que libertavam o corpo do espartilho e davam liberdade de movimento, mas que também escondiam as curvas femininas. A silhueta era tubolar e magra, com a cintura marcada na altura dos quadris. Cabelos curtos (o corte "bob" ou "chanel"), meias de seda, sapatos de salto alto com fivelas e maquiagem forte com batom em destaque eram outros elementos do estilo.

Uma costureira bielorussa chamada Ida Kaganovich Rosenthal sediada na localidade de Bayonne, no estado norte-americano de Nova Jersey, estava frustrada com a aparência falsamente plana dos seios sob seus vestidos estruturados

Então ela, seu marido William e sua sócia Enid Bissett desenvolveram na empresa Maidenform uma linha de roupas íntimas que acentuava as curvas. O protodesign do sutiã consistia em dois bojos, alças e uma faixa peitoral com fecho nas costas.

Apesar da Grande Depressão e da aposentadoria precoce de Enid, a parceria foi muito bem-sucedida e se expandiu para mercados nos Estados Unidos, Europa e América Latina.

O sutiã Maidenform era na verdade um acessório para melhorar o caimento dos vestidos que faziam, mas a popularidade da roupa íntima logo superou a do próprio vestido e passaram a vendê-lo separadamente.

O produto representou uma grande melhoria em relação aos sutiãs anteriores, pois utilizava bojos que sustentavam e se adaptavam aos seios, em vez de achatá-los como acontecia no estilo Flapper.

William, em um momento de visão, inventou um sistema de tamanhos de bojo padronizado e graduado que se adaptava a mulheres de todas as idades e formas.

A partir daí os sutiãs se tornaram uma peça essencial da roupa íntima feminina devido à evolução da moda, ao suporte funcional e às normas sociais, substituindo o espartilho restritivo e oferecendo uma alternativa mais flexível e moderna.

O sutiã serve para sustentar e modelar os seios, tanto por questões de conforto quanto estéticas, embora os motivos específicos para usá-lo variem, desde o fornecimento de suporte físico para uma vida ativa até a melhoria da aparência e o atendimento às expectativas sociais.

Após a morte de William em 1958, Ida tornou-se presidente da empresa. Ida faleceu em 1973 de pneumonia, deixando a empresa sob o controle de seu genro, Joseph Coleman. Após a morte de Joseph em 1968, a filha de Ida, Beatrice Rosenthal Coleman, assumiu o controle da empresa.

Hoje, a Maidenform é de propriedade da Hanesbrands e atualmente é administrada pela neta de Ida, Elizabeth Coleman.