Os limites da Biotecnologia

O quê resultaria no cruzamento de um humano e um rato? Não, não é nenhuma adivinhação ou piada, na realidade é uma experiência feita por uma equipe de pesquisadores, conduzida pelo biólogo molecular Irving Weissman da Universidade de Stanford.

Os cientistas injetaram células de cérebro humano em fetos de ratos criando uma cepa destes animais com aproximadamente 1% por cento de células humanas.
Weissman considera continuar o experimento que produza ratos cujos cérebros vão estar constituídos por 100% de nossas células. O quê acontecerá se estes ratos escapam do laboratório e começem a multiplicar-se fora desse ambiente? Quais poderiam ser as conseqüências ecológicas que ratos com células cerebrais humanas desencadeiem na natureza? Weissman diz que manterá controle e segurança constante sobre os ratos, e se eles mostrarem o mais leve sinal de humanidade, irá matá-los. Estranho isso não?.

Num mundo onde o bizarro se tornou lugar comum, poucas coisas surpreendem à psiques humana. Mas experiências como estas, que se propõem a produzir ratazanas parcialmente humanas, excede o limite do patológico. Criar criaturas híbridas de diferentes espécies parece ser o limite da revolução biotecnológica, uma experimentação quimérica ou visionária (Quimera - monstro da mitologia grega que era parte leão, parte cabra e parte serpente).

O primeiro experimento quimérico aconteceu há muitos anos quando os cientistas de Edimburgo, Escócia, juntaram uma ovelha e um embrião de cabra, duas espécies animais sem parentesco algum que são incapazes de juntar-se e produzir um híbrido na natureza. O resultado foi uma criatura chamada "cabrelha"(geep - goat e sheep), que nasceu com a cabeça de cabra e o corpo de ovelha.

Atualmente os cientistas têm a visão de romper o tabu de criar híbridos de animais de qualquer classe e descrição. Além de ratos humanizados, já criaram porcos com sangue humano nas veias e ovelhas com fígados e corações humanos. Os experimentos são justificados como avanço para a área médica e um número cada vez mais crescente de profissionais da área de genética argumenta que os híbridos humanos-animais serão à era de ouro da medicina.

Os pesquisadores dizem que quanto mais experiências consigam fazer, maior será o progresso para as doenças dos humanos, para provar novas drogas, tecidos e órgãos para transplante. Alguns especulam a respeito de quimeras de humanos-chimpanzés para criar um "humanzé" (humanzee - human e chimpanzee).

O humanzé seria o animal de laboratório ideal porque os chimpanzés estão estreitamente ligados aos seres humanos, compartilham 98% do genoma humano e quando adulto tem habilidades mentais equivalentes à de um menino de 4 anos. Juntar os dois poderia criar uma criatura tão humana que levantaria um questionamento moral e ético que faria com que 4.000 anos de ética se convertesse num absoluto caos. A criatura gozaria dos direitos humanos e das proteções que outorga a lei? Por exemplo, é possível que tal criatura cruze a barreira das espécies e se emparente com o humano: A sociedade permitirá a união inter-espécies? Um "humanzé" deverá passar por alguma classe de prova de humanidade para ganhar sua liberdade? Seria forçado a fazer trabalhos escravos ou atividades de risco? Se o propósito destes híbridos é realizar experimentos médicos, poderiam ser permitidos moralmente?

Vejam bem, isto não é ficção, é plenamente possível. Quais seriam as ramificações de criar centenas, milhares, de novas formas de vida que são em parte humana e em parte outra criatura? As criaturas poderiam juntar-se, reproduzir-se e repovoar a terra?

Os bio-cientintas já se despojaram da senda moral para os experimentos quiméricos humano-animal, argumentando que uma vez que a sociedade deixe passar o fator repulsivo, a perspectiva destas novas criaturas parcialmente humanas terão muito que oferecer à raça humana. Por suposto, esta é exatamente a classe de raciocínio que está sendo usada para justificar a viagem macabra a um Novo Mundo onde tudo na natureza pode ser manipulado e re-desenhado para satisfazer às necessidades contemporâneas e os desejos e caprichos de só uma espécie, o Homo sapiens.

O perigo iminente é o de destruir paulatinamente a integridade de nossas espécies biológicas em nome do progresso humano. Com a tecnologia quimérica, os cientistas terão o poder de voltar a escrever a saga da evolução, espalhar partes do Homo sapiens no resto do reino animal e juntar partes de outras espécies com nosso próprio genoma e inclusive criar novas subespecies e super espécies.

O que a maioria dos cientistas não mencionam é que há alternativas igualmente promissoras e menos invasivas do que estes experimentos bizarros. Há sofisticados modelos de computadores para estudar as doenças e para testar a efetividade e toxicidade das drogas. Há cultivos de tecidos in vitro, nanotecnologia e próteses artificiais para substituir o tecido e órgãos humanos.
Estamos dispersando as sementes de nossa própria destruição ou será que na ponta do renascimento biológico?
A que preço?

Baseado em matéria do Wikipedia.