 | Adentrar-se ao "novo normal" dá um pouco de medo. Em princípio porque oficializa a ideia de que já nada voltará a ser como antes; que a vida, daqui para frente, será muito diferente à que pausamos dois meses atrás. A expressão, em si mesma, encerra uma falácia. Que pode ter de normal vivermos cercados por práticas e restrições tão alheias a nossa própria natureza? Como nos acostumar a não poder se aproximar dos demais? Não poder tocar, nem beijar, nem abraçar quem gostamos, como premissa sustentada no tempo resulta insuportável, supõe reprimir nossos impulsos mais naturais, uma de nossas mais básicas necessidades. |