Se você passou a vida vendo imagens dos "aeroportos mais perigosos do mundo", um tema muito frequente na Internet, talvez tenha visto a foto mostrada no topo do artigo. As cores, o surrealismo, os veículos de outra época fora de contexto. Um aeroporto impossível. Tudo leva a crer que é uma montagem feita com Photoshop. E no entanto, é uma foto real do aeródromo de Gisborne, na Nova Zelândia. Lógico, as cores estão um pouco saturadas; mas a cena é verídica. A imagem aparece na página 19 de uma edição de 2014 da revista Vetor onde fornece o contexto que nos falta:

Estas obscuras ilustrações digitais criadas pelo artista russo Waldemar von Kazak misturam o surrealismo e a crítica social, usando a tensão sexual e personagens extravagantes para capturar a imaginação do espectador. Ainda que Kazak tenha trabalhado muito tempo como designer, ao final ele acabou voltando para sua grande paixão: o desenho e a ilustração. O gosto pela arte começou de forma estranha, conforme ele conta em uma entrevista para a revista Pinup Arena:

- "O que é butô?" Você pode estar perguntando. Ótima pergunta. Talvez o vídeo de uma palestra do Tedx, compartilhada neste post, ajude. Butô é difícil de definir como forma de dança-teatro. Seus praticantes não têm um consenso sobre sua definição, mas ela é vagamente descrita como uma dança de angústia e escuridão. Surgiu no Japão pós-bomba atômica, como uma reação da vanguarda contra os modos de dança ocidentais. Os dançarinos geralmente interpretam seu corpo como sendo movido por uma fonte externa ou interna. Controle e falta de controle são relativos.

A icônica fotografia tirada pelo fotógrafo americano Man Ray está a caminho de se tornar a fotografia mais cara da história. Ela estará à venda em maio próximo na casa de leilões Christie's e terá um preço inicial de cinco milhões de dólares. O Violino de Ingres, como esta foto foi originalmente batizada, foi tirada pelo artista americano Emmanuel Radnitzky em 1924 e é, sem dúvida, sua obra mais conhecida. Nela podemos ver as costas de Kiki de Montparnasse, modelo e atriz com quem Man Ray -pseudônimo sob o qual Emmanuel era conhecido- teve um relacionamento amoroso.

Um artista belga precisou de ajuda para se livrar de sua instalação artística depois que não conseguiu de libertar por si só depois de 19 dias. Mikes Poppe acorrentou seu tornozelo com uma corrente de três metros que atravessava um enorme bloco de mármore de quatro toneladas e passou 438 horas tentando conquistar seu caminho para a liberdade. A performance ocorreu no tribunal da cidade costeira belga de Oostende. Mikes comeu, dormiu e tomou banho lá, enquanto permanecia acorrentada ao bloco, enquanto tudo era transmitido ao vivo para o Youtube.

Quando achávamos que o número de teorias da conspiração já não podia crescer mais, a atual pandemia de covid-19 permitiu que atingíssemos patamares que beiram diretamente o surrealismo: 5G, nanobots, vacinas com microchips, "plandemia", Bill Gates e até a negação da doença. Nosso cérebro parece estar instalado para dar explicações inventadas ou fabulosas a questões sobrenaturais porque não gostamos da incerteza: preferimos encher as lacunas de ignorância com mitos. No entanto, por que as coisas que já estão perfeitamente explicadas são tão tergiversadas?

Ainda na atualidade há um certa avaliação pirrônica e discordante com a inovação na área artística pictórica relacionado com o mais popular e de fácil assimilação como o fotorrealismo, o minimalismo, a arte naif, entre outros; enquanto se abraça estranhos movimentos como o fauvismo, o abstracionismo, o suprematismo e outras formas de pintura difíceis de digerir porque a gente não sabe se foi feito por um burro pintor ou por Paul Jordan-Smith, um professor troll que inventou o desombracionismo, em 1924, para dar uma lição nos excessos do mundo da arte, seus especuladores e marchands afetados.

Você sabia que a Disney empregou brevemente o surrealista mais famoso do mundo? Salvador Dalí foi abordado pelo próprio Walt Disney em 1945 para propor um filme colaborativo. Intitulado Destino, o filme seria baseado em uma canção folclórica mexicana de mesmo nome, com a música tocada para acompanhar uma sequência de animação projetada por Dali. O surrealista muito feliz concordou com entusiasmo e rapidamente começou a criar esboços. A súbita virada da Disney para o surrealismo foi uma tentativa de silenciar vários de seus críticos que achavam que seus filmes muitas vezes sacrificavam a arte genuína no altar da comercialização.

É chamada de Belle Époque, uma fase que traz à mente elegantes pôsteres de publicidade gráfica, o estilo barroco Art Nouveau de Alphonse Mucha, os monumentos arquitetônicos Beaux Arts de Paris. Essas imagens parecem estáticas, voltadas para o passado. Apesar de sua popularidade no mercado de pôsteres, elas não conseguem capturar (como poderiam?) a expressão completa do que os historiadores culturais também chamam de "fin de siècle. O termo em francês designa "final do século", mas descreve um período de mudança radical na cultura global de maneiras que permanecerão conosco por mais cem anos ou mais.

Galeria semanal número 290, com 90 das melhores imagens e fotografias publicadas na grande rede. Na galeria de fotografias garimpadas na grande rede nesta semana que passou podemos encontrar lindas paisagens, imagens cômicas, fotografias jornalísticas, fotos engraçadas, tristes e bizarras. Os destaques desta segunda-feira ficam por conta do cruzeiro naufragado visto desde um satélite, da estonteante fotografia do eclipse na Argentina, da policial rodoviária torta (só pode ser miragem) e das paisagens, entre outras.