"Curtir não está ajudando muito" é o título de uma campanha publicitária de cortar o coração da Publicis Singapore criado para a Cingapura Crisis Relief, uma organização não governamental de ajuda humanitária que é tocada por voluntários. Imagens reais chocantes representando três catástrofes: enchentes, guerra e terremoto são compostas em conjunto com os polegares para cima imitando o botão Curtir do Facebook. |
A idéia é simples, mas ousada: coisas virtuais não contam na vida real e até mesmo um bilhão de "Likes" no Facebook não vai ajudar aqueles que enfrentam crises em suas vidas cotidianas. Você pode até ganhar um iPod, se tiver sorte, mas não vai frear a pobreza, a falta de moradias, o colapso econômico e cultural que são causados por guerras e desastres naturais. Portanto, a campanha pede a ação com seu slogan "Seja um voluntário. Mude uma vida".
Proclamada como uma das campanhas mais poderosas e comoventes do ano, "Curtir não está ajudando muito" ganhou um Leão de Ouro na categoria de Imprensa no Festival de Cannes.
Esta não é a primeira crítica aos ciberativistas inócuos, em abril a Unicef criou uma campanha (vídeos no final do post) onde dizia que "Likes no Facebook não salvam vidas", em concreto a chamada dizia: "Curta-nos no Facebook e nós iremos vacinar 0 crianças contra a pólio".
Estas campanhas vem em encontro do fenômeno estranho -para não dizer coisa pior- que acontece na rede social onde alguns tontos postam fotografias de animais machucados ou pessoas (em geral crianças) com transtornos físicos ou deficiência, que contam com milhares de "Likes", cujos títulos invariavelmente são: "Quantas curtidas merece esse herói gente?" Se você está meditabundo se perguntando neste momento o porquê um bebê prematuro ou uma pessoa sem braços e nem pernas ou ainda um animal atropelado mereceria uma "curtida", saiba que não é o único.
Likes não curam deficiências nem doenças, likes não doam cadeiras de rodas nem alimentam bocas famintas ou animais abandonados. Likes, entretanto, alimentam egos, ajudam a fechar os olhos para a realidade que nos cerca e preenchem de uma forma totalmente equivocada a necessidade que todos temos de ser empáticos no dia a dia. Dá à pessoa, que clica no botão curtir -às vezes sem ao menos ler do que se trata-, a possibilidade de ter a falsa sensação de que está ajudando alguém.
Como eu já disse em outro artigo de outro blog: o mais triste de toda esta corrente falsa de ciberativismo cheio de boas ações é que copos de água são negados nos portões das casas porque os mesmos filantropos virtuais pensam que os pedintes tem aparência de maltrapilho.
Fonte: Ads of the World.
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Comentários
Falta ação.
Matéria legal, dei like lá no face! :twisted:
O facebook tem que substituir a palavra curtir por outra. Primeiro poque é uma gíria. Costumamos curtir aquilo que nos agrada, aquilo que nos faz feliz. Eu posso curtir a miséria, um acidente. Quando pedimos para assinar uma petiçāo, nossos amigos curtem e nāo assinam, explico que terāo que clicar e abrir o link. Reformular é preciso. Depois que compartilhamos algo, e precisamos corrigir, nāo tem um botāo que nos ajude. Excluímos e rdigimos novamente.
Os likes ajudam na divulgação, como disseram, no alastramento de ideias... Basta saber usar! Portanto cada like influencia.
O texto tem sentido sim, mas não analisou que os likes podem ter e tem sim suas características positivas.
Uma parte deste texto do post, vi em um post do NDig.
Então, eu acho as redes sociais uma boa forma de alastrar idéias, como está fazendo com as manifestações, porque a internet, é mais difícil de ser manipulada, com tanta liberdade, mas da mesma forma que nos informa com facilidade, faz com que os usuários não busquem mais informações, usando as redes como forma de ''conhecimento'' e de solidarização, sem nem saber o porque de curtir e compartilhar tal coisa.
A maioria das curtidas que vejo no face são confirmação de incapacidade intelectual do curtidor.
Quantas vezes o pessoal não escreve algo trágico e que é curtida centenas de vezes?
Não digo só de postar fotos, acontecimentos do próprio indivíduo como "perder o ônibus", "estar com fome", "estar com frio" entre vários outros casos. As pessoas estão curtindo babaquices alheias, coisas que deveriam é ser ignoradas, pois ninguém quer saber que fulano está com fome ou que comeu macarrão no almoço.
Olhando pra trás é um hipocrisia, disso não tenho duvidas, mas foi essa mesma hipocrisia que levou o estopim até a bomba que vemos hoje. Então, por definição, é uma ferramenta muito boa, basta saber usar.
E curto sim, quando aparece alguém precisando de ajuda. Não chegou ao destino? Pelo menos foi enviado. Pior é nem ter saído do lugar.
HAUHAUHAUHAUHAUHAAHUHAU
¬¬
facebook, maior hipocrisia da era moderna, é isso que eu acho flw pro ceis...
Vi outro dia.