![]() | Como bem sabemos, há um número incontável de parasitas inquietantes rastejando, voando e nadando pela Terra, os sortudos pegando carona em organismos hospedeiros infelizes. E enquanto muitos parasitas são inofensivos ou até benéficos, praticando a simbiose; outros podem causar estragos na existência de seus hospedeiros. O pior desses criminosos pode realmente forçar seu anfitrião viver conforme a sua vontade. |
Um pequeno craca chamado sacculina (Sacculina carcini) é um desses endoparasitas. Ao encontrar um caranguejo hospedeiro, a fêmea Sacculina rasteja sobre a superfície do crustáceo até encontrar uma fenda na sua carapaça, geralmente na articulação entre as garras. Ela então ejeta sua concha protetora, reduzindo-se a uma bolha gelatinosa, e invade.
Dentro do hospedeiro, o parasita desenvolve longos tentáculos semelhantes a raízes por todo o corpo do braquiúro, eventualmente emergindo como uma bolsa na região caudal do caranguejo, o mesmo local onde os ovos dos caranguejos se desenvolvem.
Durante esse processo, ela torna o caranguejo infértil e cria uma pequena abertura nas costas do caranguejo, que permitirá a um sacculina macho residir lá. Logo, o caranguejo é preenchido com milhões de ovos e larvas de sacculina e, como um zumbi, passará a cuidar desses ovos e larvas como se fossem seus, perdendo todo o interesse em acasalar.
Mas não é tudo sobre este ser infame: quando uma sacculina infecta um caranguejo macho, o parasita altera sua fisiologia e comportamento para que se torne fêmea, apenas para cuidar melhor dos filhotes da sacculina.
O parasita basicamente controla o caranguejo para seus próprios fins, e o crustáceo se torna um ser indefeso, na prática uma espécie de mãe de aluguel zumbi que morrerá ao gastar toda sua energia para cuidar dos organismos jovens, que passarão a infligir outros caranguejos.
Faça o seu comentário
Comentários