![]() | A princípio não vemos nada, mas de repente, uma coruja passa voando e o ar ilumina-se com milhares de pequenas partículas que formam um redemoinho na passagem da ave. Pouco a pouco, as bolhas formam dois vórtices perfeitos que escondem um truque muito interessante. O vídeo é uma beleza só, mas no Real Colégio de Veterinários de Londres não estavam interessados só em admirar a coruja-do-mato (Strix aluco) ou o açor (Accipiter gentilis). |
O objetivo dos pesquisadores era estudar a sustentação destes excepcionais animais quando planam sem mover as asas. Para isso encheram o local com a mais de 20.000 bolhas de sabão e Hélio completamente inofensivas para o animal, mas que deixam uma impressão visual perfeita na sua passagem. Duas câmeras de super alta velocidade e sensores para reconstruir o fluxo do ar em 3D encarregaram-se do resto.
Os dois vórtices que se formam sob as asas da coruja e do açor são um efeito negativo produzido precisamente pela sustentação, e conhecido como resistência induzida. Os pesquisadores esperavam encontrar esses vórtices nas asas assim como conhecemos porque ocorrem também sob as asas dos aviões. O que não esperavam era encontrar outros dois vórtices menores bem atrás da cauda.
O estudo, publicado no Jornal de Biologia Experimental, revela que estas aves e outros pássaros especialmente bons voadores empregam o rabo para gerar mais sustentação. O dado é hoje mais relevante que nunca. O professor Richard Bomphrey, coautor do estudo, explicou o por quê:
- "Nosso entendimento do voo das aves foi usado para desenhar os primeiros aviões da história. Desde então, a engenharia aeronáutica foi evoluindo para aviões cada vez maiores e mais rápidos, um terreno no qual a viscosidade do ar não é tão relevante. É por isso que o estudo do vôo dos pássaros se deixado para trás", explicou Richard. - "Agora, no entanto, nossa atenção se voltou para aviões menores e energeticamente eficientes. Nesse sentido as aves podem ter de novo um papel muito importante na aeronáutica do futuro", concluiu
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