![]() | Ashay Bhave, um jovem empreendedor indiano de 23 anos, presumiu que seria fácil encontrar a matéria-prima para seus tênis, mas não foi bem assim. Apenas depois de fazer uma parceria com uma empresa de remoção de lixo, que contrata recicladores, Ashay fundou a Thaely, uma nova empresa de calçados, que recebe seu nome da palavra hindi para sacolas plásticas, em julho de 2021. O material plástico é recolhido, lavado apenas com água, colocado para secar. Os sacos são então cortados e colocados em camadas de 10 que vão para uma prensa térmica, criando o produto que cobrirá parte do tênis. |

O jovem Ashay é bem articulado e recorreu ao marketing ambiental para vender seu produto. A sacola usada como embalagem é feita com quatro garrafas plásticas e a caixa é feita de papel reciclado que contém sementes. Os clientes podem cortar a caixa, plantá-la no solo e cultivar uma muda de manjericão em cerca de duas semanas.
O problema do marketing verde é que ele vem acompanhado por um preço que não condiz com a qualidade de produto. Ainda que Ashay afirme que estes tênis durem como qualquer outro, diz que pode enviá-los para qualquer lugar do mundo por 110 dólares (600 reais), um preço salgado inclusive para um tênis de marca.
Ademais a pequena empresa indiana não está sozinha na área de tênis reciclados. Desde 2015, a Adidas tem parcerias com ONGs para transformar a poluição marinha, como garrafas de plástico, em tênis e roupas esportivas e prometeu produzir 17 milhões de pares em só em 2021. As garrafas PET são granuladas e derretidas para criar um filamento, que pode ser estrudado para substituir o poliéster virgem.
A Nike lançou o Space Hippie, um calçado feito com materiais reciclados, em junho de 2020. Isso significa que é provável que uma marca global como a Adidas vendeu mais tênis reciclados em uma hora do que a Thaely desde o lançamento da empresa. Mas Ashay não se intimidou. E ele diz que o negócio já é lucrativo.
De qualquer forma, toda esta tendência de aproveitar e reciclar os materiais que já estão por ai faz pensar que o vaticínio, de que, em 2050, teremos mais plástico nos oceanos do que peixes,se torne mais distante da realidade.
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