![]() | O sono é muito importante. Não há dúvidas de que precisamos dele para viver. E quando não conseguimos dormir, ficamos desesperados por ajuda. Há quem até tome remédio para dormir. Mas, ultimamente, nosso fascínio pelo sono parece ter se tornado urgente. Faça uma rápida busca na internet por "sono" e você encontrará uma série de artigos sobre como tornar seu sono perfeito. Novos gadgets, despertadores sofisticados, fique longe da luz azul. |

Existem muitos serviços, gurus, produtos e colunas de conselhos que nos dizem que estamos dormindo errado: sono insuficiente, sono de má qualidade, posição errada.
Pior ainda, você pode encontrar mensagens assustadoras afirmando que, se não dormir direito, sua vida será mais curta e você terá todos os tipos de doenças.
Uma das maiores preocupações que temos com o nosso sono é que não estamos dormindo o suficiente e que menos de sete horas por noite significa que estamos fadados a problemas de saúde, desde pressão alta até Alzheimer.
Mas há duas falhas nesse tipo de mensagem. A primeira falha é que ela não é totalmente precisa. Sete a oito horas de sono, embora recomendadas para adultos, são apenas uma média.
E embora as mensagens precisem ser simplificadas para a comunicação sobre saúde ao público, às vezes nuances importantes se perdem.
Então, sim, é verdade que não dormir o suficiente a longo prazo está associado a problemas de saúde como doenças cardiovasculares, diabetes e depressão. Mas fixar-se apenas em sete a oito horas ignora o fato de que existe uma faixa de sono que as pessoas precisam.
A duração de uma boa noite de sono pode ser diferente para cada pessoa. Alguns adultos precisam de oito horas, mas outros se contentam com seis, às vezes cinco ou até quatro.
A segunda falha desse tipo de mensagem apocalíptica é que ela pode ser contraproducente, especialmente para pessoas que têm problemas para dormir.
Por exemplo, em 2022, segundo pesquisa da Associação Brasileira do Sono (ABS), 73 milhões de pessoas sofriam de insônia no país.
O monitoramento do sono aumentou consideravelmente nos últimos tempos, com 55% de brasileiros monitorando o sono através de tecnologia, sendo o smartphone o dispositivo mais utilizado com esse objetivo, com 31%, seguido dos smartwatches/pulseiras inteligentes, com 12%
E esse número provavelmente está crescendo. E eu entendo. É fascinante ver quantas horas você dormiu a cada noite e saber que parte da sua noite foi passada em sono profundo ou sonhando.
Mas ter todos esses dados sobre o sono está fazendo com que algumas pessoas fiquem obcecadas por eles, a ponto de levar a uma condição que alguns chamam de ortossonia: uma preocupação com a necessidade constante de alcançar um sono perfeito.
E essa condição, ironicamente, está causando mais problemas de sono. A ortossonia pode ser um exemplo extremo, mas a ansiedade de não dormir o suficiente está mantendo alguns de nós acordados à noite.
Então, aqui está o que alguns especialistas estão dizendo: pare de se fixar em números, porque isso pode levar a expectativas irreais de sono.
As perguntas básicas que você deve se fazer são: Sinto-me razoavelmente bem descansado durante o dia? Geralmente durmo a noite toda sem perturbações? Ou, se acordo, volto a dormir facilmente? Consigo ficar acordado o dia todo sem cair no sono involuntariamente?
Seja quais forem as respostas, provavelmente você não precisa se preocupar com seu sono. E se você está com dificuldades para dormir, em vez de comprar filtros de luz azul caros ou rastreadores de sono sofisticados, tente conversar com seu médico para garantir que não haja nenhuma condição médica que precise ser investigada primeiro.
Em seguida, experimente as recomendações baseadas em evidências estabelecidas pela ABS. O mais legal é que existe uma terapia altamente eficaz chamada terapia cognitivo-comportamental para insônia, ou TCC-I. Ela não envolve nenhum medicamento. E tem uma taxa de falha muito baixa.
A TCC-I é uma abordagem estruturada e baseada em evidências para o tratamento da insônia, que se concentra na mudança de pensamentos e comportamentos que contribuem para os problemas de sono.
Normalmente envolve de 4 a 8 sessões, muitas vezes com intervalo de algumas semanas, e inclui educação sobre sono, técnicas comportamentais e reestruturação cognitiva.
Em essência, a TCC-I capacita os indivíduos a assumir o controle do seu sono ao abordar os fatores cognitivos e comportamentais subjacentes que contribuem para a insônia, levando a um sono melhor e a um bem-estar geral melhorado.
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