Um dos aspectos curiosos e muito interessantes dos programas de talento, sobretudo o The Voice, é poder analisar a realidade econômica e social do país através dos participantes: a correção política na versão americana com a tremendamente chata Alicia Keys, a obesidade mórbida de grande parte dos concorrentes no programa britânico, a serenidade das crianças da versão holandesa kids e a diversidade cultural do reality musical na França.

Sei que da mesma forma que não são muito afeitos a leituras longas, os mais jovens infelizmente também não gostam das palestras TED. O que é uma pena, pois estas palestras são um dos melhores aportes para o desenvolvimento de um pensamento crítico. Mas a palestra que vou mostrar hoje deve cair no gosto de todos e possivelmente emocionar outros. Jake Shimabukuro, conhecido também como mestre do ukelele, toca nada mais nada menos que Bohemian Rhapsody.

No final do mês de julho, depois de um périplo por Brasil à Espanha, França e Alemanha o coletivo Rockin'1000 voltou as suas origens ma Itália para um evento beneficente no estádio Dino Manuzzi em Cesena, para angariação de fundos para as províncias de Forlì-Cesena e Ravenna, que foram fortemente afetadas pelas inundações que ocorreram naqueles dias. Diferente de outros lugares do mundo, onde os organizadores precisam de alguns dias de antecedência para organizar o cadastro de músicos que desejam participar do espetáculo, ali bastou um disparo de e-mail para levar mais de mil pessoas ao estádio para um ensaio.

A versatilidade do neozelândês Matt Mulholland já é uma característica bem conhecida no MDig: foi o segundo do Canta que eu te escuto e depois fez uma capela multi-trilha simplesmente genial de Bohemian Rhapsody do Queen. O cara não é fraco musicalmente dizendo e desde um estúdio montado na sua própria casa consegue fazer com que o tema de Pokemon pareça um clássico.

Nós já ouvimos tantas versões daquela considerada a melhor canção de todos os tempos, Bohemian Rhapsody, do Queen, que francamente acreditamos que não há mais nada que possa nos surpreender. Ledo engano. A ópera rock é uma dessas coisas que cabem à perfeição na frase "Morro e não vejo tudo!" A versão da vez é bem relaxante (o alegricissimo é a melhor parte) e foi realizada por um quarteto de músicos talentosos: Sam Novack, Lakshmi Sawhney, Jordan McElroy e Michael Charles Smith. Se você é um especialista em marimba, pode baixar a partitura no site de Michael.

O músico canadense Marc Martel, cuja voz se assemelha muitíssimo a do lendário Freddie Mercury, tanto que participou na cochia cantando no filme Bohemian Rhapsody<.i>, apresentou um cover absolutamente perfeito da música clássica e musicalmente complicada do Queen, "Killer Queen". Essa música tirou o máximo do incrível alcance de Mercury com mudanças brilhantes de acorde e de notas. Martel aborda tudo com delicadeza.

Um show ao vivo com os habitantes do planeta Voca é melhor do que parece em qualquer vídeo. Também pudera! Com seu jeito original e trejeitos sincronizados, o grupo apresenta um espetáculo único que pode ir da música clássica ao pop sem que se note a transição e sem a presença de um só instrumento musical -todos os sons são reproduzidos pelos oito integrantes do grupo-. Neste vídeo eles apresentam um medley do Queen no festival de comédia de Montreux de 2010.

Quando o Queen lançou sua lendária canção "Bohemian Rhapsody" há 40 anos, o mundo inteiro não estava acostumado com aquela montanha russa musical, e ainda que tenha feito bastante sucesso na época, a crítica especializada se dividiu, com admiradores dizendo que se tratava de uma das cações mais ricas e ecléticas da história, e detratores classificando a canção como fraca e conceitual (no melhor dos casos) e medíocre (no pior).

Provavelmente, "Africa" de Toto e "Bohemian Rhapsody" do Queen sejam os temas mais versionados na plataforma de vídeo do Youtube. Não é por acaso,portanto que as duas sejam, respectivamente, a preferida e o hino da Rede Mundial de Computadores. Seb Skelly, um músico de 23 anos muito talentoso, que mora no norte de Londres, postou um incrível cover com várias trilhas do famoso hit de Toto usando cinco instrumentos de sopro. Muito legal!

A lista de "500 Melhores Músicas de Todos os Tempos" da revista Rolling Stone pode até ser representativa, mas seus critérios de escolha, baseados em votos ponderados de músicos, críticos e figuras da indústria musical, resultam em escolhas paradoxais e burlescas, para dizer o mínimo. Afinal como explicar que um hino do movimento negro, "Fight the Power", composto em menos de meia hora, repetidamente chato, ocupe o segundo posto da lista enquanto "Bohemian Rhapsody" aparece apenas na 17°posição. Ao que parece a qualidade musical não importa mais.