Não é todo dia que você vê polvos, estrelas-do-mar e camarões literalmente chovendo do céu, mas, segundo dica do amigo Rusmea, via FB, foi exatamente o que aconteceu na cidade costeira chinesa de Qingdao, na província de Shandong, na China. Na última quarta-feira, a cidade litorânea foi atingida por uma forte tempestade que derrubou árvores e grandes placas, inundou as ruas e paralisou o trânsito. Mas aconteceu um fenômeno particular que chamou a atenção dos motoristas durante a tempestade: várias criaturas do mar começaram a cair do céu.

Quando as conchas do mar são vendidas como lembranças à beira-mar, vários tipos de vida marinha são forçados a se adaptar e usar outros materiais abundantes ao longo do fundo do oceano como abrigo, até mesmo lixo humano. Uma nova análise descobriu que os polvos usam lixo, como garrafas de plástico e vidro, como camuflagem, abrigo e até mesmo um lugar para colocar seus ovos. O estudo, publicado no mês passado no boletim Poluição Marinha, analisou imagens de mídias sociais, instituições marinhas e grupos de interesse em mergulho que mostram polvos interagindo com lixo humano.

O polvo gigante do Pacífico tem uma quantidade enorme de massa encefálica, dois terços da qual estão localizados em seus tentáculos. Evidências do grande poder cerebral do polvo foram capturadas em filme depois que uma das criaturas fugiu com a pesca de um pescador. A filmagem foi feita por uma equipe de filmagem da BBC que trabalha no programa Super Smart Animals. Ele mostra o momento em que um polvo enorme rouba um caranguejo preso em uma armadilha antes de fazer uma fuga ousada.

Todos os polvos começam como minúsculos plânctons à deriva através do oceano à mercê de correntes, eventualmente, embora fiquem grandes o suficiente para se estabelecer e construir uma casa para si no fundo do mar. Mas não o polvo-manta, cujas quatro espécies do gênero nunca se acalmam, embora fiquem muito grandes, e passam a vida vagando no oceano aberto. Geralmente, as fêmeas do polvo-manta, também conhecido como polvo-cobertor, apenas desenrolam sua teia colorida para parecerem maiores e mais intimidantes para predadores em potencial.

Muitas espécies de animais escondem, em sua essência, peculiaridades maravilhosas e incompreensíveis para os humanos. Algumas delas são tão surpreendentes quanto, por exemplo, o fato de serem menos propensas a doenças letais em humanos, como o câncer. As células do nosso corpo podem se tornar cancerosas, portanto, pode-se inferir que quanto maior o animal, mais células ele possui e, portanto, maior a probabilidade de ter câncer. Essa linha de pensamento está incorreta, e os elefantes provam isso, pois são menos propensos a contrair câncer do que os humanos.

Um mergulhador conseguido gravar com sua câmera nas águas do Mediterrâneo francês a incrível capacidade de um polvo para camuflar-se. No video, filmado na Costa Azul, podemos ver como em um dado momento durante a exploração do fundo submarino uma pedra repentinamente começa a se mover e se transforma em um polvo, que foge do lugar deixando atrás um rastro de tinta para desconcertar seus inimigos.

Os polvos são criaturas estranhas e inteligentes que certamente parecem alienígenas, com seus tentáculos, camuflagem e habilidades de mudança de forma. Ainda assim, a ideia de que eles realmente vieram do espaço sideral parece cair estritamente no reino da ficção científica; uma atualização do Cthulhu de HP Lovecraft, digamos. Mas nestes tempos interessantes, a vida real parece ficção. Em 2018, um grupo de 33 cientistas de todo o mundo, incluindo o imunologista molecular Edward Steele e o astrobiólogo Chandra Wickramasinghe, publicou um artigo sugerindo, com toda a seriedade, que os polvos podem de fato ser alienígenas.

Para entender o quão incrível é o vídeom que ilustra este post, você só precisa assisti-lo. Começa de maneira perfeitamente incomum com um mergulhador nadando sobre o que parece ser um pedaço normal e vazio de coral nas águas cristalinas do Caribe. Não há vida selvagem para ver ali... ao que parece. Mas então, quando ele se aproxima para inspecionar uma concha, um polvo se materializa bem à sua frente, erguendo-se do coral como um smurf azul luminoso, pulsante e raivoso. Mesmo depois de assisti-lo repetidamente, ainda lutamos para localizar seu esconderijo camuflado antes que decida se mostrar.

René Carbajal, aquarista sênior do Aquário da Baía de Monterey, mostrou como é cuidar dos polvos gigantes do Pacífico residentes com uma cefalópode muito amigável chamada Chica, que ele atraiu para a lateral do tanque para a hora da alimentação. Ele disse que gosta de tocar salsa para ela e acredita que Chica aprecia porque "dança" com ele enquanto ele verifica o estado de saúde dela. Como Foster sugere, o polvo pareceu gradualmente confiar nele, explorando repetidamente seus membros e até subindo à superfície com sua mão.

Em observações de 2007 a 2011, pesquisadores de mergulho em alto mar do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (MBARI) descobriram que a fêmea do Graneledone boreopacifica guarda seus ovos por 53 meses -quase quatro anos e meio- o período de incubação mais longo conhecido no reino animal. Isso também o torna o polvo de vida mais longa. A maioria dos polvos vive apenas por 1 ou 2 anos, que esse polvo supera apenas com seu período de ninhada. As fêmeas tendem a chocar seus ovos entre as profundidades de 1.200 e 2.000 metros e os ovos nunca são abandonados.