
A piora da situação na Rússia, a guerra em curso e a consequente instabilidade política e econômica levaram muitas famílias a buscar refúgio em um país neutro e pacífico como o Brasil.
O Brasil, e em particular cidades como Florianópolis, um destino popular para esses imigrantes, é visto como um lugar que oferece mais liberdade, segurança e qualidade de vida em comparação com a Rússia em tempos de conflito.
Para aqueles com recursos financeiros e que podem trabalhar remotamente, o processo de entrada e permanência no Brasil é relativamente mais simples do que em muitos outros países, especialmente na Europa, onde os russos podem enfrentar xenofobia ou restrições de visto.
O acesso ao sistema de saúde brasileiro, mesmo com suas deficiências, é por vezes considerado superior às alternativas na Rússia, especialmente para partos humanizados, o que atrai mulheres grávidas.
Muitas dessas mulheres e suas famílias pertencem à classe média e planejam, inicialmente, o retorno, mas a possibilidade de garantir um futuro com dupla cidadania para seus filhos pode tornar a migração permanente. 
Algumas dessas mulheres se tornaram um verdadeiro fenômeno viral devido, em grande parte, às suas presenças carismáticas e bem-humoradas nas redes sociais, onde compartilham experiências culturais e os desafios de aprender a língua. 
Essas mulheres, muitas vezes morando no Brasil ou com forte conexão com o país, criam conteúdo que explora as diferenças culturais entre Rússia e Brasil, gerando identificação e curiosidade por parte dos brasileiros.
O público brasileiro aprecia a forma divertida como elas abordam as dificuldades do idioma, como a pronúncia de certas letras ou a complexidade gramatical do português. Vídeos mostrando a "mudança de personalidade" ao falar diferentes idiomas também fazem sucesso.
A mais famosa (e mais fofa) destas mulheres, de longe, é Olga Kovalenko. A "russinha que estuda Português", mora no Brasil há alguns anos e usa suas redes para documentar sua vida e aprendizado da língua, com vídeos populares sobre as coisas que a chocaram em São Paulo e desafios linguísticos.
De fato, Olga hoje conhece mais o país do que 99% dos brasileiros. Em 2022, ela relatou que um funcionário do Kremlin fez perguntas sobre ela, mas não se aprofundou no assunto provavelmente com rec3eio do que aconteceria com sua família que mora em Moscou.
Ekaterina Puchkova, mais conhecida como Katiusha, viralizou com vídeos irônicos elogiando com bom humor a cidade de Santos e compartilhando sua jornada para obter a cidadania brasileira, após migrar para o Brasil durante a pandemia.
Ela migrou para o Brasil há aproximadamente quatro anos junto com o namorado, um brasileiro que conheceu na Rússia. A intenção inicialmente era apenas passear no país, mas os planos mudaram por conta da pandemia de covid-19 e ficou morando em Francisco Beltrão (PR), quando a Rússia fechou suas fronteiras.
Ela é a queridinha dos podcasts e programas de entrevistas e seu jeito natural e descontraído. Sua presença é garantia de audiência e sucesso.
Katya Pyanova, a "rainha dos reels", poliglota que ganhou popularidade mostrando como seu sotaque e "personalidade" mudam ao falar seis idiomas diferentes, incluindo o português.
Após dois anos de namoro à distância, ela encontrou o namorado maranhense no começo de 2024. Ela vinha se adaptando à nova rotina como “brasileira”, mas teve que voltar à Rússia para terminar os estudos. No entanto ela quer se mudar de mala e cuia para o Brasil assim que se formar.
No país há oito anos, a professora de idiomas Valeria Fomina, nasceu na Rússia e escolheu o Brasil para viver. 
Por ser mais séria, desde o início da invasão do território ucraniano, ela ficou famosa pois passou a ser alvo de uma enxurrada de ataques e xingamentos nas redes sociais.
No entanto, logo os haters notaram que o fato dela ser russa não a torna automaticamente em uma fã de Putin e os insultos arrefeceramn.
 - "Não é porque sou russa que compactuo com as decisões do presidente do meu país. É claro que não!", disse ela.  - "Não penso em voltar a viver na Rússia, ainda mais agora. Construí minha vida aqui e ensino russo para estrangeiros, então é melhor viver fora de lá. Além do mais, amo e escolhi o Brasil para viver e ser feliz."
E pór que não falamos de Dasha que aparece em dois dos vídeos compartilhados neste post? Dasha já é brasileira!
Estas mulheres produzem vídeos que soam autênticos, desde a surpresa com a natureza brasileira até a rotina diária no país, o que gera um alto engajamento e compartilhamento nas plataformas.
Existe uma percepção comum de que o português e o russo possuem semelhanças sonoras para ouvidos estrangeiros, o que gera fascínio e discussões on-line, contribuindo para o engajamento em torno do tema. 
Em resumo, o fenômeno é resultado da intersecção entre a curiosidade cultural, o uso estratégico das redes sociais para compartilhar experiências autênticas e a admiração do público brasileiro pelo esforço e carisma dessas mulheres ao aprender um idioma complexo como o português.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
 - Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
 - Pix MDig: 461.396.566-72 ou luisaocs@gmail.com
 - Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
 - Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
 




Faça o seu comentário
Comentários