Só 5% de uma árvore é composta de células vivas, e o resto?

A descrição titular deste post parece afirmação de um conpiranoico tarado, mas ela está certa. As árvores estão entre as formas de vida mais extremas e bem-sucedidas da Terra. Elas constroem seus corpos do ar, movem água com pressões que esmagariam um humano e crescem usando um sistema fascinante de cabos vivos envoltos em camadas. Parece improvável, mas uma sequoia gigante (Sequoiadendron giganteum), como o General Sherman, com 1.500 m³ tem apenas 75 de volume vivo.

Isso não quer dizer que os outros 1.425 m³ estejam "podres" senão que são mortos. Então, o que torna esses gigantes antigos tão resilientes e talvez até imortais?

Para entender esta diferença é precioso entender a composição de uma árvore. Composta por partes vivas e não vivas, as vivas as folhas, os brotos, as raízes e uma fina camada de células que inclui o câmbio, o floema e o alburno, localizados logo abaixo da casca.

Esta faixa finíssima de células vivas, considerada a "mãe da coisa toda", trabalha sem parar para mover água centenas de metros, construir madeira indestrutível e coordenar milhões de funções. Especificamente, O câmbio é responsável pela produção de novas células. O floema transporta açúcares das folhas para o resto da árvore. O alburno transporta água e minerais.

A maior parte da massa de uma árvore são partes não vivas que fornecem suporte estrutural. O cerne, que é o núcleo denso e central do tronco, é formado por células mortas. Essas células conferem força à árvore e permitem que ela se mantenha ereta.

A casca externa também é composta principalmente por células mortas e serve como uma camada protetora contra danos e infecções. Essas células mortas não se decompõem enquanto as camadas externas da árvore permanecerem intactas.

As células não vivas de uma árvore conformam aproximadamente 95%, mas alguns estudiosos afirmam que é 98%. Por sua parte, os famosos milenares pinheiros-bristlecone, praticamente sem câmbio, floema e alburno, têm apenas 0,2% de células vivas.

Em suma, uma árvore pode viver com apenas uma pequena porcentagem de suas células vivas porque as mortas fornecem o suporte estrutural e a proteção necessários para que as células vivas funcionem. As células vivas, que estão localizadas em uma fina camada sob a casca, são responsáveis pelo crescimento e pelo transporte de nutrientes e água.