Desde julho de 2015, as lâmpadas incandescentes de 60 watts, as mais comuns então nos lares brasileiros, deixou de ser comercializada. As lâmpadas de 100 e 150 watts já eram proibidas desde 2013. Uma portaria de 2017 colocou o último prego no caixão de todas as lâmpadas incandescentes. A baixa eficiência foi o principal motivo dessas proibições, pois não mais que 10% da energia gasta para o funcionamento da lâmpada incandescente é transformada em luz, o restante é desperdiçado em calor no filamento aquecido. Sem contar a durabilidade que não ultrapassa as 2 mil horas de uso. |
A lâmpada halógena, um pouco mais eficiente que a incandescente, não era uma alternativa porque também gera luz por meio de um filamento além de ter baixa durabilidade. A alternativa passou a ser as fluorescentes e as então caras lâmpadas LED.
O problema das fluorescentes, inclusive as compactas, com vida útil de 7 mil horas, é que elas precisam de um reator eletrônico que usa um transistor de alta frequência que não dura mais que mil horas. Há inclusive tutoriais no Youtube ensinando a trocar estes transistores.
A melhor alternativas disponível no mercado passou a ser a eficiente lâmpada LED, que possui diversas vantagens sobre as demais. Só para que se tenha uma ideia, uma lâmpada LED de 10 watts tem a mesma eficiência luminosa da incandescente de 60. Tecnicamente dizendo, a lâmpada incandescente média tem uma eficiência luminosa de 15 lumens por watt -uma medida de quanta luz é produzida por uma unidade de eletricidade-, enquanto a eficácia da iluminação LED varia até 150 lumens por watt.
Ademais a LED é produzida com materiais recicláveis, não esquenta, bem como seu bulbo é feito de plástico e pode permanecer acesa por mais de 25 mil horas. Produtos LED de boa qualidade podem durar 50.000 horas ou mais. Ou seja é mais econômica, ecológica, segura e durável.
No entanto, a obsolescência programada é fortemente aplicada no mercado de lâmpadas LED. Após testes de exaustão eletrônica, os fabricantes sabem em que momento um determinado componente vai deixar de funcionar e os aplicam no produto para que ele queime no final de um período específico. Geralmente isso acontece após o vencimento do prazo de garantia, normalmente de um ano.
Tranquilo! Se você tem alguma prática em trabalhos manuais e eletrônicos poderá você mesmo consertar uma lâmpada queimada por um preço irrisório. As lâmpadas são compostas de LEDs SMD ligados em série, de forma que se um deles queimar (95% dos casos) a lâmpada não acende mais. Um kit de 100 LEDs SMD nos sites xing-ling custa em torno de 10 reais. Então tudo o que se tem a fazer é identificar o LED queimado -geralmente com uma pintinha preta- e trocá-lo. Alternativamente é possível fazer um serviço mais ordinário e simplesmente criar uma ponte no local do LED.
O problema da lâmpada LED no começo era seu preço. Ela custava em média 10 vezes o valor de uma incandescente. Era uma tecnologia nova, tinha poucos fabricantes e a baixa concorrência elevava seus preços enquanto ela estava sendo tecnologicamente melhorada.
Nesse sentido, se você visitou os Estados Unidos recentemente, deve ter notado que as lâmpadas incandescentes ainda são um item muito comum nas casas porque lá não existia proibição por seu uso até essa semana. Sério! Mas em 2021, o Departamento de Energia anunciou novas regras para eliminar a produção e venda de lâmpadas incandescentes nos Estados Unidos antes que a proibição entrasse em vigor, o que acabou de ocorrer.
As regras do departamento determinam que as lâmpadas devem ter uma eficiência mínima de 45 lumens por watt. As regras também expandem os requisitos de eficiência energética para mais tipos de lâmpadas.
A medida deve reduzir as emissões de carbono em 222 milhões de toneladas métricas nos próximos 30 anos e economizará aos consumidores US$ 3 milhões por ano em contas de serviços públicos. Sob as novas regras de eficiência energética que entraram em vigor na terça-feira, os compradores nos Estados Unidos não poderão mais comprar a maioria das lâmpadas incandescentes.
- "Ao aumentar os padrões de eficiência energética para lâmpadas, estamos colocando US$ 3 bilhões de volta nos bolsos dos consumidores americanos todos os anos e reduzindo substancialmente as emissões domésticas de carbono", disse a secretária de Energia dos EUA, Jennifer M. Granholm, no comunicado. - "A indústria de iluminação já está adotando produtos com maior eficiência energética, e essa medida acelerará o progresso para entregar os melhores produtos aos consumidores americanos e construir um futuro melhor e mais brilhante."
A iluminação LED aumentou nos EUA nos últimos cinco anos, mas no ano passado mais da metade dos lares americanos ainda usavam lâmpadas incandescentes à maioria ou toda a iluminação interna. Quem não gostou muito da medida foram os fabricantes de incandescentes, que alegam que se afastar muito rapidamente das incandescentes prejudicaria seus resultados e as lâmpadas já fabricadas provavelmente seriam destinadas a aterros sanitários.
Mas grupos ambientalistas elogiam a medida, dizendo que as lâmpadas incandescentes desperdiçam energia e prejudicam o meio ambiente.
As LEDs se tornaram tão baratas que hoje não há uma boa razão para os fabricantes continuarem vendendo tecnologia do século 19 que simplesmente não é muito boa para transformar energia elétrica em luz. Seja como for nós passamos pelo menos uns 9 anos pagando caro pelo desenvolvimento das LEDs até a sua popularização e consequente preço baixo. Os EUA chegaram agora e já sentaram na janelinha.
Este artigo foi publicado originalmente em abril de 2022, mas decidimos trazê-lo para a capa devido as novas regras de eficiência que entraram em vigor esta semana e quando as lojas americanas não poderão mais comercializar lâmpadas incandescentes. Mas vamos um pouco mais longe para falar das eficientes lâmpadas que são o resultado de uma colaboração entre a Philips e o governo de Dubai.
Elas foram projetadas para serem os mais eficientes disponíveis, combinando alta saída de lúmen com vida útil muito longa. Por exemplo, as novas medidas americanas ditam que as lâmpadas devem ter uma eficiência mínima de 45 lumens por watt, enquanto estas novas lâmpadas tem uma eficiência de 100 lumens por watt permitindo que uma lâmpada de 1 Watt tenha o mesmo rendimento de uma incandescente de 25. Ademais podem durar mais de 50 mil horas.
Depois de ver a fabricação e os circuitos da mesma mostrados no vídeo logo abaixo, perceberá que isso não se trata de marketing. Em troca do desenvolvimento, a Philips ganhou direitos exclusivos para fabricar as lâmpadas por um período fixo. Além disso a um requisito para novas instalações usarem apenas a nova lâmpada em suas 8 formas, disponíveis nos modelos branco frio ou quente.
Atualmente, essas lâmpadas estão disponíveis apenas em Dubai. A probabilidade delas serem comercializadas em outros países é limitada pelo fato de serem projetadas para durar muito, mas muito, tempo, em torno de 50 mil horas. Só para efeitos comparativos, se você mantém uma determinada lâmpada de sua casa ligada por 6 horas, uma lâmpada como esta durará quase 23 anos, o que não é lucrativo para os fabricantes. Talvez isso mude com o tempo.
Embora a Philips tenha exclusividade inicial de fornecimento, será interessante ver o que acontece quando esse período chegar ao fim. Os outros fabricantes farão o mesmo esforço que a Philips fez? Ao certo, se esta nova tecnologia chegar aos lares do mundo, estará eivada de artimanhas eletrônicas que favoreçam a obsolescência programada em no máximo 1 ano.
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Comentários
Preciso incandescentes para usar em banca de testes de potência, e cada vez é mais difícil achar. Quando minhas todas queimarem, vou ter que achar outra forma de consumir energia.
Olá.
Esse artigo merece continuação. Pesquise sobre as lâmpadas Philips feitas especialmente para Dubai. Só pesquisar no youtube por philips dubai lamp