![]() | Duas rãs bem gordas estão cuidando da própria vida no pântano quando, Tcharam! São sequestradas. Elas acordam na cozinha, reféns de um chef ameaçador que ferve uma panela com água e joga uma das rãs lá dentro. Mas ela não quer saber disso. No segundo em que seus dedos tocam a água fervente, ela pula pela janela da cozinha e foge no meio da escuridão. O chef enche a panela novamente, mas desta vez não liga o fogo. Ele coloca a segunda rã lá dentro, e esta fica de "boa na lagoa". |

O chef liga o fogo, bem baixo, e a temperatura da água sobe lentamente. Tão lentamente que a rã nem percebe. Na verdade, ela se aquece na água quentinha. Só quando a superfície começa a borbulhar é que a rã percebe: está cozida.
O engraçado dessa parábola é que ela não é cientificamente verdadeira... para anfíbios. Na realidade, um sapo ou rã detectará a água esquentando lentamente e pulará fora para se proteger.
Os humanos, por outro lado, são uma história diferente. Estamos perfeitamente felizes em sentar na panela e aumentar o fogo lentamente, insistindo o tempo todo que não é a nossa mão no controle, discutindo se podemos confiar em termômetros e questionando, mesmo que eles estejam certos, isso importa?
Importa. Desde 1850, as temperaturas médias globais aumentaram 1 grau Celsius. Pode não parecer muito, mas é. Por quê? 1 grau é uma média. Muitos lugares já ficaram muito mais quentes do que isso.
Alguns lugares no Ártico já aqueceram 4 graus. Se as temperaturas médias globais aumentarem mais 1 grau, as noites mais frias no Ártico podem ficar 10 graus mais quentes. Os dias mais quentes em Mumbai podem ficar 5 graus mais quentes.
Então, como chegamos aqui? Quase tudo o que torna a vida moderna possível depende de combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás, repleto de carbono proveniente de matéria orgânica antiga.
Quando queimamos combustíveis fósseis, liberamos dióxido de carbono que se acumula em nossa atmosfera, onde permanece por centenas ou até milhares de anos, permitindo a entrada de calor, mas não a saída.
O calor vem da luz solar, que atravessa a atmosfera até a Terra, onde é absorvida e aquece tudo. Objetos quentes emitem radiação infravermelha, que deveria retornar ao espaço, porque a maioria dos gases atmosféricos não a absorve.
Mas os gases de efeito estufa -dióxido de carbono e metano- absorvem comprimentos de onda infravermelhos. Então, quando adicionamos mais desses gases à atmosfera, menos calor retorna ao espaço, e nosso planeta se aquece.
Se continuarmos emitindo gases de efeito estufa no ritmo atual, os cientistas preveem que as temperaturas subirão 4 graus em relação aos níveis pré-industriais até 2100.
Eles identificaram 1,5 grau de aquecimento -médias globais meio grau mais altas que as atuais- como um limite além do qual os impactos negativos das mudanças climáticas se tornarão cada vez mais severos.
Para evitar ultrapassar esse limite, precisamos reduzir nossas emissões de gases de efeito estufa a zero o mais rápido possível. Ou melhor, precisamos reduzir as emissões ao que chamamos de zero líquido, o que significa que ainda podemos estar lançando alguns gases de efeito estufa na atmosfera, mas retiramos a mesma quantidade que emitimos.
Isso não significa que podemos simplesmente continuar emitindo e sequestrando todo esse carbono, pois não conseguiríamos acompanhar nossas emissões por métodos naturais, e as soluções tecnológicas seriam proibitivamente caras e exigiriam enormes quantidades de armazenamento permanente.
Em vez disso, enquanto trocamos o carvão, o petróleo e o gás natural por energia e combustíveis limpos, o que levará tempo, podemos mitigar os danos removendo o carbono da atmosfera.
Pular da panela não é uma opção, mas podemos fazer algo que os anfíbios não conseguem: estender a mão e diminuir o fogo.
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