![]() | No século VII d.C., um homem deu início a uma série de eventos que mudaria a ordem mundial para sempre. Abu Alcácime Maomé ibne Abedalá ibne Abedal Motalibe ibne Haxime, mais conhecido somente como Maomé uniu o povo da Península Arábica por meio da formação do Islã. Esse povo incluía tanto tribos nômades beduínas quanto habitantes de cidades-oásis como Meca e Medina. Até a época de Maomé, a região não era considerada um adversário à altura para os poderosos impérios vizinhos, persa e bizantino. |

Mas a aliança formada por Maomé era tanto política quanto religiosa, um império com Medina como seu centro político e uma força a ser reconhecida.
Maomé foi um líder único. Ele havia sido membro dos coraixitas, a tribo que controlava Meca.
Após a morte de Maomé, aqueles próximos a ele deliberaram sobre quem deveria sucedê-lo, uma questão controversa.
Abu Bakr, sogro de Maomé, saiu vitorioso e se tornou o novo califa, ou sucessor.
Nos 30 anos seguintes, quatro califas, todos da tribo de Maomé, conquistaram vastas áreas além da Arábia, incluindo seus poderosos vizinhos, os persas e os bizantinos.
Mas, à medida que o império se expandia, a dissidência interna crescia e uma guerra civil eclodiu. O quarto califa, Ali, foi assassinado.
Posteriormente, a Dinastia Omíada assumiu o poder. Os omíadas eram da mesma tribo de Maomé, mas de um clã diferente e rival.
Eles estenderam o alcance do império da atual Espanha até a Índia e fizeram de Damasco sua capital. Mas um império tão vasto, repleto de povos diferentes, corria o risco de conflito e fragmentação.
Os omíadas o estabilizaram substituindo a elite governante nos territórios conquistados por autoridades muçulmanas, ao mesmo tempo em que permitiam que os costumes cotidianos das populações locais, incluindo suas preferências religiosas, continuassem.
O árabe era usado como língua administrativa, unificando os assuntos políticos em todo o império, mas as pessoas continuaram a falar e escrever também nas línguas locais.
Ainda assim, muitos no império estavam insatisfeitos com o governo omíada e questionavam a legitimidade da dinastia.
A família abássida capitalizou esses sentimentos, promovendo-se como descendentes mais diretos do profeta, embora sua relação real com Maomé fosse mais tênue do que alegavam.

Eles derrubaram o califado omíada em 750 d.C., tornando-se a segunda grande dinastia do Império Islâmico.
Para se estabelecerem como os novos governantes, realocaram a capital mais uma vez, desta vez construindo uma nova cidade: Bagdá.
Sob o governo abássida, a elite desfrutava de um estilo de vida luxuoso, graças a extensas redes comerciais que levavam produtos e pessoas de todo o mundo conhecido para Bagdá.
As culturas e o conhecimento bizantino, persa, indiano e árabe se misturaram, levando a um avanço artístico e científico.
O califa era rico e poderoso além da imaginação. Mas nunca houve uma linha de sucessão clara ditando quem se tornaria o próximo califa.
Qualquer parente masculino do antigo califa era elegível, então irmãos, sobrinhos e tios lutavam para conquistar o poder.
Na corte, oficiais do exército, esposas, concubinas e funcionários do governo exigiam sua parte do tesouro.
Como o califa dependia de sua comitiva para se manter no poder, cada transição de governo abria as portas para favoritismo e corrupção.
Fora da corte, muitos questionavam a legitimidade do califa, observando que seu dever religioso de excelência moral estava em desacordo com as decadentes demonstrações de riqueza da corte.
Em 1258 d.C., os mongóis se aproximaram de Bagdá. Eles encontraram pouca resistência enquanto destruíam completamente a cidade.
Reza a lenda que eles enrolaram o califa em um tapete e fizeram cavalos pisoteá-lo até a morte, e que o rio Tigre ficou preto devido à tinta dos manuscritos que foram jogados nele.
O cerco de Bagdá expôs uma realidade de longa data: durante séculos, os califas governaram principalmente de forma simbólica.
Os líderes locais em todo o império tornaram-se mais poderosos e se recusaram a pagar impostos, gastando o dinheiro em suas próprias cortes.
O tempo de um Império Islâmico unido havia acabado, mas sua influência, por meio do árabe escrito e falado, do islamismo e das ideias de seus maiores intelectuais, deixou uma marca duradoura no mundo.
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