![]() | Cigarros não são bons para nós. Isso não é novidade pois já estamos cansados de saber dos perigos do tabagismo há décadas. Já nos anos 50 os epidemiologistas Richard Doll e Austin Bradford Hill alertaram que encontraram fortes ligações estatísticas entre tabagismo e câncer de pulmão, o que levou a estudos mais abrangentes. Mas como exatamente os cigarros nos prejudicam? Vejamos o que acontece à medida que seus ingredientes percorrem nossos corpos e como nos beneficiamos fisicamente quando finalmente paramos de fumar. |

A cada inalação, a fumaça coloca suas mais de 5.000 substâncias químicas em contato com os tecidos do corpo. Desde o início, o alcatrão, um material preto e resinoso, começa a revestir os dentes e as gengivas, danificando o esmalte dentário e, eventualmente, causando cáries.
Com o tempo, a fumaça também danifica as terminações nervosas do nariz, causando perda do olfato. Dentro das vias aéreas e dos pulmões, a fumaça aumenta a probabilidade de infecções, bem como de doenças crônicas como bronquite e enfisema.
Ela faz isso danificando os cílios, pequenas estruturas semelhantes a pelos cuja função é manter as vias aéreas limpas.
Em seguida, a fumaça preenche os alvéolos, pequenos sacos de ar que permitem a troca de oxigênio e dióxido de carbono entre os pulmões e o sangue. O monóxido de carbono atravessa essa membrana e entra no sangue, ligando-se à hemoglobina e deslocando o oxigênio que normalmente transportaria pelo corpo. Essa é uma das razões pelas quais fumar pode levar à privação de oxigênio e à falta de ar.
Em cerca de 10 segundos, a corrente sanguínea transporta um estimulante chamado nicotina para o cérebro, desencadeando a liberação de dopamina e outros neurotransmissores, incluindo endorfinas, que criam as sensações prazerosas que tornam o tabagismo altamente viciante.
A nicotina e outras substâncias químicas do cigarro causam simultaneamente a constrição dos vasos sanguíneos e danificam seu delicado revestimento endotelial, restringindo o fluxo sanguíneo.
Esses efeitos vasculares levam ao espessamento das paredes dos vasos sanguíneos e aumentam a viscosidade das plaquetas sanguíneas, aumentando a probabilidade de formação de coágulos e desencadeando ataques cardíacos e derrames.
Muitas das substâncias químicas presentes nos cigarros podem desencadear mutações perigosas no DNA do corpo, que levam à formação de cânceres. Além disso, ingredientes como arsênio e níquel podem interromper o processo de reparo do DNA, comprometendo a capacidade do corpo de combater diversos tipos de câncer.
No Brasil, o tabagismo é responsável por aproximadamente 200 mil mortes por ano. O fumo é a principal causa de morte por doenças como o câncer de pulmão, que por si só é o mais letal e pode levar a consequências graves, como aumento da mortalidade.
E não se trata apenas de câncer de pulmão. Fumar pode causar câncer em vários tecidos e órgãos, além de prejudicar a visão e enfraquecer os ossos. Dificulta a gravidez nas mulheres. E, nos homens, pode causar disfunção erétil.
Mas, para aqueles que param de fumar, há um enorme lado positivo, com benefícios físicos quase imediatos e duradouros. Apenas 20 minutos após o último cigarro de um fumante, sua frequência cardíaca e pressão arterial começam a voltar ao normal.
Após 12 horas, os níveis de monóxido de carbono se estabilizam, aumentando a capacidade de transporte de oxigênio do sangue.
Um dia após a interrupção, o risco de ataque cardíaco começa a diminuir, à medida que a pressão arterial e a frequência cardíaca se normalizam. Após dois dias, as terminações nervosas responsáveis pelo olfato e paladar começam a se recuperar. Os pulmões ficam mais saudáveis após cerca de um mês, com menos tosse e falta de ar.
Os delicados cílios, semelhantes a pelos, nas vias aéreas e nos pulmões começam a se recuperar em poucas semanas e são restaurados após 9 meses, melhorando a resistência a infecções.
Ao completar um ano desde que parou de fumar, o risco de doenças cardíacas cai pela metade, à medida que a função dos vasos sanguíneos melhora. Cinco anos depois, a chance de formação de coágulos diminui drasticamente e o risco de derrame continua a diminuir.
Após dez anos, as chances de desenvolver câncer de pulmão fatal diminuem em 50%, provavelmente porque a capacidade do corpo de reparar o DNA é restaurada.
Quinze anos depois, a probabilidade de desenvolver doença coronariana é essencialmente a mesma de um não fumante.
Mas não adianta fingir que tudo isso é fácil de conseguir. Parar de fumar pode levar à ansiedade e à depressão, resultantes da abstinência de nicotina. Mas, felizmente, esses efeitos geralmente são temporários.
E parar de fumar está ficando mais fácil, graças a um crescente arsenal de ferramentas. A terapia de reposição de nicotina por meio de gomas de mascar, adesivos, pastilhas e sprays podem ajudar os fumantes a abandonar o cigarro.
Elas funcionam estimulando os receptores de nicotina no cérebro, prevenindo assim os sintomas de abstinência, sem a adição de outras substâncias químicas nocivas.
Aconselhamento e grupos de apoio, terapia cognitivo-comportamental e exercícios de intensidade moderada também ajudam os fumantes a se manterem livres do cigarro. Essas são boas notícias, pois parar de fumar coloca você e seu corpo no caminho de volta à saúde.
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