![]() | - "Quem quer viver para sempre?", cantou Freddie Mercury em uma das canções mais icônicas do Queen. O significado filosófico da canção reside na exploração da imortalidade versus mortalidade, sugerindo que a natureza finita da vida e dos relacionamentos humanos, particularmente o amor, lhes confere significado e valor. O também conhecido como "paradoxo da imortalidade" questiona a conveniência de viver para sempre se isso significa suportar a perda inevitável de entes queridos, enfatizando que a finitude cria apreço por momentos fugazes e pela preciosidade do presente. |

A grandiosa música, escrita para o filme "Highlander", usa a perspectiva do protagonista imortal Connor MacLeod, interpretado magistralmente pelo ator Christopher Lambert, para destacar a maldição de sobreviver a entes queridos. Essa vida prolongada é vista como uma fonte de dor constante, à medida que ele testemunha tudo o que ama eventualmente desaparecendo.
A questão filosófica "Quem Quer Viver Para Sempre?" questiona, em última análise, a fonte do significado da vida, argumentando as próprias limitações da vida, sua brevidade e suscetibilidade à perda, que lhe conferem uma qualidade preciosa e profunda.
Geralmente, as pessoas consideram a morte ruim, tão ruim, na verdade, que nossas vidas são repletas de precauções contra ela. Frequentemente evitamos atividades muito perigosas e aceitamos de bom grado inconveniências para reduzir ainda mais nossas chances de morrer.
Mas se fôssemos imortais, poderíamos viver tão perigosamente quanto quiséssemos. Poderíamos perseguir qualquer objetivo em uma linha do tempo tão longa quanto fosse necessária.
Você seria livre para desfrutar de um horizonte ilimitado de exploração, prazer, realização e novidade, tudo sem o medo da morte pairando sobre sua cabeça, mas é aqui que surge a realidade irônica de que a busca pela vida eterna pode levar à sentença de morte, pois uma vida desprovida de novas experiências, conexões significativas e propósito torna-se um estado de banalidade e tédio insuportáveis, levando o imortal a desejar a morte.
Há cinquenta mil anos, a maioria dos humanos morria muito jovem. Não precisamos ir muito longe. Em 1900, a expectativa de vida ao nascer no Brasil era de aproximadamente 33,7 anos, mas à medida que aprendemos a usar os recursos ao nosso redor para nos tratar, isso foi melhorando cada vez mais.
Hoje, os humanos vivem vidas mais longas e saudáveis do que nunca. Hoje a expectativa de vida média do brasileiro é de 76,4 anos, 79,7 anos para as mulheres e 73,1 anos para os homens. Mas isso tem uma consequência imprevista.
Passamos uma parte cada vez maior de nossas vidas doentes e precisando de cuidados. A maioria de nós morrerá em uma cama de hospital, o que já é deprimente por si só. Mas também temos que testemunhar o mesmo acontecendo com nossos entes queridos.
Só que talvez possamos impedir isso para sempre: retardando o processo de envelhecimento? Em poucas palavras, o envelhecimento é causado pela física, e não pela biologia.
Nossos corpos têm muitos mecanismos para reparar os danos físicos, mas com o tempo eles se tornam menos eficazes. Assim ficamos mais fracos. Nossa pele enruga. Nosso sistema imunológico fica mais frágil. Começamos a esquecer das coisas e nossos sentidos despencam em parafuso.
Como explica o coletivo Kurzgesagt no vídeo abaixo, a pesquisa sobre longevidade fez avanços sem precedentes nos últimos anos. Pela primeira vez, estamos começando a entender os mecanismos por trás do envelhecimento e como manipulá-los. O envelhecimento não é místico nem inevitável, e podemos ser capazes de retardá-lo durante a vida.
Mas isso é realmente uma boa ideia? O fim do envelhecimento ou o prolongamento da vida incomodam muitas pessoas. Nascemos, somos jovens, envelhecemos e então morremos.
Essa tem sido a ordem natural de literalmente toda a história da humanidade, e envelhecer é uma coisa boa, certo? Talvez. O conceito de extensão da vida promete acabar com as doenças e, com elas, o fim de uma idade máxima fixa.
Não sabemos o quanto poderíamos prolongar nossas vidas, mas podemos tornar todos os humanos saudáveis até a idade máxima atualmente aceita de cerca de 120 anos, ou podemos interromper o envelhecimento biológico e as doenças indefinidamente?
Ninguém sabe, neste momento, o que é possível para driblar a idosidade. Mas se conseguíssemos isso, deveríamos? A maioria das pessoas presume que desejará morrer quando atingir uma certa idade, e isso ainda pode ser verdade.
A verdade é que o fim do envelhecimento biológico não seria o fim da morte de forma alguma. Jamais poderemos emular Connor MacLeod mergulhados em devaneios existenciais com o desejo da morte, que está garantida para todos nós.
O famoso verso "O para sempre é nosso hoje, de "Who Wants to Live Forever" encapsula a ideia de que, embora a eternidade física possa ser ilusória ou indesejável, o momento presente é o único tempo que realmente temos para vivenciar e criar nossas próprias formas de conexão e alegria duradouras.
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