![]() | Há uma citação geralmente atribuída ao escritor Mark Twain qu8e sugere que as mentiras se espalham com muito mais rapidez e facilidade do que a verdade: "Uma mentira pode viajar meio mundo enquanto a verdade está se calçando". Engraçado nisso. Há motivos para duvidar que Mark Twain tenha dito isso, provando assim, ironicamente, a própria citação. E hoje, o axioma, seja lá quem for que o tenha dito, é mais verdadeiro do que nunca. Afinal, o que diabos aconteceu com nosso mundo? |

Nas décadas anteriores, a maioria dos meios de comunicação com alcance global consistia em vários jornais e redes importantes que tinham os recursos para coletar informações diretamente.
Veículos como a Reuters e a Associated Press que agregam ou republicam histórias eram relativamente raros em comparação com hoje.
A velocidade com que a informação se espalha agora criou as condições ideais para um fenômeno conhecido como reportagem circular. Isso ocorre quando a publicação A publica informações incorretas, a publicação B as reproduz e a publicação A cita B como a fonte da informação.
Também é considerado uma forma de relato circular quando várias publicações relatam a mesma informação falsa inicial, que então parece a outro autor como tendo sido verificada por várias fontes.
Por exemplo, a publicação da Lancet em 1998 de um único artigo pseudocientífico argumentando que a vacinação de rotina de crianças causa autismo inspirou todo um movimento antivacinação, apesar do artigo original ter sido repetidamente desacreditado pela comunidade científica.
De fato, a Lancet se tornou uma espécie revista de fofocas ci8entífica, por publicar artigos controversos, incluindo um estudo retratado sobre hidroxicloroquina e uma carta aberta com alegações unilaterais sobre o conflito israel-palestino. Outras críticas incluem preocupações sobre a integridade dos dados, potencial viés político e falha em manter o rigor científico.
Crianças deliberadamente não vacinadas agora estão contraindo doenças contagiosas que haviam sido virtualmente erradicadas, com algumas infecções se revelando fatais.
Só para que se tenha uma idéia, o número de casos de sarampo em países como a França ou o Reino Unido mostra níveis dos anos 90 do século passado ou os de coqueluche nos EUA se encontram na atualidade no mesmo nível que no início da década de 80.
Em um exemplo um pouco menos grave, artigos satíricos formatados para se assemelharem a artigos reais também podem ser divulgados por veículos que não estão por dentro da piada.
Por exemplo, um artigo humorístico no renomado :British Medical Journal intitulado "Gasto Energético em Adolescentes Jogando Jogos de Computador de Nova Geração" foi referenciado em publicações científicas sérias mais de 400 vezes.
Conteúdo gerado por usuários, como wikis, também contribuem frequentemente para reportagens circulares. À medida que mais escritores passam a confiar nessas páginas para obter informações rápidas, um fato não verificado em uma página wiki pode acabar em um artigo publicado que pode posteriormente ser adicionado como uma citação para a mesma informação wiki, tornando-o muito mais difícil de desmascarar.
Avanços recentes na tecnologia da comunicação trouxeram benefícios imensuráveis na quebra das barreiras entre a informação e as pessoas. Mas nosso desejo por respostas rápidas pode sobrepujar o desejo de ter certeza de sua validade.
E quando esse viés pode ser multiplicado por bilhões de pessoas ao redor do mundo, quase instantaneamente, é preciso ter mais cautela.
Evitar a mídia sensacionalista, buscar críticas a informações suspeitas e rastrear a fonte original de uma reportagem pode ajudar a desacelerar uma mentira, dando à verdade mais tempo para se impor.
Para determinar se uma notícia é falsa, é essencial avaliar criticamente a fonte, o conteúdo e o contexto da informação. Somente assim, você pode evitar a disseminação de informações incorretas e melhorar sua alfabetização digital.
Desconfie de endereços de sites incomuns ou suspeitos. Sites de notícias falsas às vezes usam orlas que imitam marcas confiáveis, adicionando um sufixo como ".co" em vez do original ".com.
Pesquise o nome do autor para verificar sua credibilidade. Um jornalista ou blogueiro respeitável terá um histórico de escrita para publicações consolidadas e credenciais adequadas.
Os títulos costumam ser sensacionalistas para atrair cliques. Ler o artigo completo, e não apenas o título, lhe dará a história completa e revelará se o título é enganoso ou exagerado.
Artigos jornalísticos legítimos citam suas fontes para respaldar suas alegações. Verifique os links e determine se as informações fornecidas realmente corroboram a história. Desconfie de fontes anônimas, referências vagas a "especialistas" ou "cientistas" e citações inventadas.
Procure sinais de falta de profissionalismo, como inúmeros erros de ortografia, gramática ruim ou formatação estranha. Veículos de notícias respeitáveis contam com editores e verificadores de fatos que detectam esses problemas.
Fotos e vídeos podem ser manipulados digitalmente ou usados fora de contexto. Uma busca reversa de imagens com ferramentas como o Google Imagens ou o TinEye pode revelar a fonte original de uma imagem e se ela foi usada de forma enganosa.
Verifique outros veículos de comunicação. Se uma notícia for legítima, é provável que diversas fontes confiáveis a noticiem. Se nenhuma outra organização jornalística confiável estiver cobrindo a mesma notícia, é provável que ela seja falsa.
Em muitos paises ´[e possível consultar sites de checagem de fatos para verificar se a história foi desmascarada. Mas esqueça de fazer isso no Brasil onde a grande maioria de checadores tem algum tipo de viés, geralmente político
Uma coisa muito importante é considerar se suas próprias crenças podem estar influenciando seu julgamento. O viés de confirmação pode fazer com que você acredite em informações que corroboram suas visões atuais, independentemente de sua veracidade.
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