
Até 1851 elas somente existiam no arquipélago da Oceania situado na Melanésia, mas hoje podem ser vistas em qualquer jardim do mundo e foi aí quando as coisas começaram a retorcer-se... literalmente.
Tudo começou quando o botânico Matt Ritter, da Universidade Politécnica Estadual da Califórnia, percebeu que os pinheiros de Cook que crescem na Califórnia e Havaí o fazem inclinando para o sul. Intrigado pela questão, Ritter começou a entrar em contato com outros colegas botânicos para perguntar para onde se inclinam esses pinheiros em outras cidades do mundo.

Depois de reunir a orientação de 256 destas árvores em 18 regiões diferentes dos cinco continentes, Ritter e seus colegas chegaram a uma conclusão surpreendente: os pinheiros de Cook (que por verdadeiro nem sequer são pinheiros, senão araucárias -uma árvore aparentada com as coníferas que praticamente é um fóssil vivente- se inclinam para o equador de onde são originários.

Mais: não só é que no hemisfério sul se inclinem para o norte, e no norte o façam para o sul. O mais curioso é que quanto mais longe estão do equador, mais pronunciada é o desvio de seus troncos. O estudo excluiu qualquer exemplar do qual pudessem suspeitar que seu crescimento se viu influenciado por fatores externos. Todas são árvores saudáveis que cresceram livremente. A norma é válida para 91% das árvores, com um grau de inclinação médio de mais de 8 graus.
A questão é que os botânicos não fazem a mínima ideia de como as árvores fazem para conhecer sua localização sobre o planeta, nem por que se inclinam para seu lar junto à linha do equador.

O estudo, recém publicado na revista Ecology, especula com a possibilidade de que a Araucária tenha algum traço genético que as permita sentir o campo magnético terrestre, as diferenças na gravidade, ou simplesmente os ângulos de exposição à luz solar. Até que a espécie não seja estudada mais a fundo ninguém terá uma explicação clara a respeito. Enquanto isso os pinheiros de Cook seguirão rendendo esta estranha homenagem à ilha de onde procedem.
Fonte: NewSci.
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