Esta é Katya, a ursa-parda que cumpre uma sentença de prisão perpétua em uma prisão cazaque

Katya, uma ursa-parda de 36 anos, é a única prisioneira da colônia penal UK-161/2 em Kostanay, no Cazaquistão, a cumprir pena de prisão perpétua. Ironicamente, até os assassinos presos ali têm sentenças de no máximo 25 anos. Que diabos então fez uma ursa para acabar na prisão? Bem, Ekaterina, ou Katya como a maioria dos 730 presos do UK-161/2 a chamam, foi colocada atrás das grades em 2004, depois de ferir dois humanos.

Como muitos de seus companheiros de prisão, a ursa tinha uma vida conturbada. Katya foi abandonada por artistas de circo que visitavam Kostanay quando ela ainda era apenas um filhote, e depois trancada em uma jaula perto de uma popular área de acampamento, como atração turística. Foi no acampamento Belaya Yurta que ela cometeu os "crimes" que a levaram à prisão mo estrito regime, há 15 anos.

Em 2004, um menino de 11 anos que estava acampando no local para um torneio de kickboxing chegou muito perto da jaula de Katya tentando alimentá-la, e ela agarrou sua perna. Ele teria sofrido "ferimentos graves" e "choque pós-traumático".

Naquele mesmo ano, Katya feriu outra pessoa, um certo Viktor O., 28 anos, que estava tão bêbado que tentou apertar a mão da ursa através das barras de metal, apesar de todas as placas alertando os visitantes a manterem distância. O homem também ficou gravemente ferido, mas sobreviveu à provação.

Ainda assim, com dois incidentes em um período relativamente curto, as autoridades decidiram que Katya tinha que ser retirada dali e, como nenhum zoológico ou abrigo de animais estava disposto a recebê-la, foi presa com mais de 700 humanos.

Depois de passar os últimos 15 anos de sua vida na colônia penal, Katya se tornou o símbolo do local e até mesmo teve uma estátua erguida em sua homenagem. Ela é muito popular entre os presos de lá, a maioria dos quais leva alguma guloseima que tenham em mãos, como maçãs, doces e biscoitos. Eles adoram conversar com ela e dizem que a ursa sempre coloca um sorriso no rosto quando eles estão tendo um dia ruim. Em dias de visitas, as famílias também podem ver Katya.

Katya tem um recinto especial construído especificamente para ela, com uma pequena piscina. A presença dela não custa nada à prisão, já que a dieta dela consiste principalmente em restos dos prisioneiros, e ela só come sete meses por ano, passando os outros cinco hibernando em seu covil.

- "Não temos planos para realocar Katya", disse Azamat Gabpasov, vice-chefe d administração educacional da UK-161/2, em entrevista em 2016. - "Ela já se tornou um símbolo de nossa colônia, nos acostumamos com ela e nós não a daremos a ninguém."

Infelizmente, Katya não poderia ser reintroduzida em sue habitat natural, onde não sobreviveria possivelmente ao primeiro inverno. A ursídea já nasceu em cativeiro e certamente assim chegará aos seus dias finais sem conhecer o gostinho da liberdade.

Fonte: KTS.