Porque algumas pessoas tem 'cara de alface', segundo a ciência

Em inglês é conhecido como "resting bitch face" ou "bitchy resting face", especialmente depois do vídeo meme de 2013, que ilustra este artigo, que dava nome, dramatizava e de passagem acrescentava bastante humor ao assunto. Dizem que suas principais representantes são Victoria Beckham, Kristen Stewart (que segundo o Washington Post é a máxima expressão da inexpressividade), Kanye West, Anna Kendrick, Stallone, Rainha Elizabeth... enfim, pessoas que mostram uma expressão hostil quando deixam o rosto inexpressivo ou em repouso; isto é, quando em realidade não estão expressando nenhuma emoção

Desconheço se em português este fenômeno tem um nome formal e sério, mas já vi gente dizendo "cara de alface", "cara de quem peidou na água", "cara de bunda" e "cara de cu".

Seja como for, um grupo de pesquisadores estudou este assunto mostrando a um grupo de voluntários as imagens de 40 rostos diferentes que haviam sido digitalmente alteradas numa escala de "um pouco feliz" para "um pouco irritado".

Isto foi conseguido por ajustes de certos recursos como o ângulo de suas sobrancelhas e cantos de suas bocas, mais ou menos arqueadas.

Os rostos mais felizes foram vistos como mais confiáveis, enquanto os mais irritados -caras de bunda- eram vistos como indignos de confiança. Felizmente, é possível mudar essa percepção que as pessoas têm simplesmente sendo mais feliz e "boca aberta" (não muito).

O mesmo estudo também analisou como as características faciais afetam a percepção da capacidade. Acontece que as faces mais largas são vistas como mais competentes do que as mais delgadas.

- "Nossos resultados mostram que as pistas faciais que transmitem confiabilidade são maleáveis, enquanto os sinais faciais que indicam competência e habilidade são significativamente menores", disse Jonathan Freeman, responsável pelo estudo.

Jonathan acha que a razão pela qual podemos inconscientemente julgar os outros desta forma pode ser porque o cérebro está - "...fortemente em sintonia com expressões emocionais, e quando nossos rostos sutilmente se assemelham a uma destas, uma série de inferências são geradas de forma espontânea, incluindo confiabilidade".