A curiosa história da elástica super-bola

Em 1964, um químico chamado Norman Stingley inventou uma forma única de borracha sintética contendo o polímero sintético polibutadieno, muito utilizado na fabricação de pneus. Incapaz de encontrar uma aplicação industrial para a substância, ele recorreu a uma empresa de brinquedos chamada Wham-O (sim a mesma que inventou o Frisbee) para ver o que eles poderiam fazer com ela. A empresa levou dois anos para aproveitar as propriedades da borracha, mas em 1966, depois que as vendas do disco Frisbee, deslancharam, a empresa lançou a "super-bola".

- "Levamos quase dois anos para resolver os problemas da Super Bola antes de produzi-la", disse Richard Knerr, presidente da Wham-O em 1966. - "Ela sempre teve aquela elasticidade maravilhosa, mas tinha uma tendência a se romper. Nós acabamos com isso com uma técnica de alta pressão para formá-la."

Comercializada como contendo um ingrediente secreto chamado "zectron", a bolinha super elástica saltava a alturas notáveis e se tornou uma moda instantânea. Crianças em idade escolar estavam jogavam as bolinhas nos corredores da escola e nos telhados. As mini-superbolas foram rapidamente comercializadas assim que a mania inicial acabou. No auge, a Wham-O produzia 170.000 bolas por dia.

A super-bola resultante tinha um coeficiente de restituição muito alto, e o marketing mentiroso dizia que ela quicava quase 100%; se jogada em uma superfície dura por um adulto médio, ela podia voar sobre um prédio de três andares, diziam.

Lamar Hunt, o milionário petroleiro do Texas e dono do Kansas City Chiefs, observou sua filha brincando com o brinquedo e sugeriu ao comissário Pete Rozelle que o próximo jogo de campeonato entre a NFL e a AFL em 1966 deveria ser chamado de "Super Bowl". A mídia comprou o nome e, finalmente, a liga adotou o nome em 1969.

No começo dos anos 70 o brinquedo chegou no Brasil e foi uma febre, mas aqui não se chamava super-bola, senão que bola-perereca. Também não era preta senão que com vários padrões coloridos, inclusive contendo partículas de glitter dentro dela. Hoje são comercializadas como pula-pula.