![]() | Um estudo global de amplo alcance, publicado em 20 de julho no periódico Journal of Human Development and Capabilities, revelou que receber um smartphone e usá-lo para acessar redes sociais antes dos 13 anos está diretamente associado a resultados ruins de saúde mental na fase adulta, especialmente entre mulheres. Os resultados são tão alarmantes que os pesquisadores estão pedindo a proibição global desses aparelhos antes dos 13 anos. |

O estudo, utilizou dados de quase dois milhões de pessoas em 163 países, por meio do Global Mind Project, tornando-se um dos maiores projetos de pesquisa sobre o assunto até o momento. O que os pesquisadores descobriram foi angustiante e diretamente ligado à introdução dos smartphones.
- "Nossos dados mostram que, para crianças menores de 13 anos, a posse de smartphones e, consequentemente, o acesso às mídias sociais, está associada ao aumento de sintomas e à diminuição de funcionalidades em vários domínios", relataram os pesquisadores. - Isso tem consequências potenciais que vão além do domínio psicológico e atingem a educação, a participação cívica e as oportunidades econômicas.
Além disso, segundo o estudo, a magnitude é substancial: se as tendências atuais de posse de smartphones e acesso às mídias sociais por jovens continuarem, as projeções desses dados sugerem que esse fator sozinho pode ser responsável por sofrimento mental, como pensamentos suicidas, dissociação da realidade e diminuição de funções como controle emocional e resiliência em quase um terço da próxima geração.
Os pesquisadores dizem que a combinação do acesso regular à socialização on-line com sistemas de aprendizado de máquina baseados em algoritmos que selecionam e amplificam o conteúdo para maximizar o engajamento provavelmente está interrompendo atividades essenciais do desenvolvimento, como interação pessoal e sono.
- "Este ambiente digital projetado algoritmicamente em que as crianças vivem, e para o qual os smartphones fornecem uma porta de entrada muitas vezes não supervisionada, está, portanto, remodelando a própria natureza e as liberdades da infância e da adolescência, levantando questões fundamentais sobre seu impacto na mente humana e suas consequentes capacidades e funcionamentos", escreveram os pesquisadores.
Parte da Geração Z, nascida entre 1997 e 2012, foi a primeira geração a crescer com smartphones e mídias sociais presentes ao longo da infância.
Observando essa geração, os pesquisadores descobriram que aqueles que adquiriram um smartphone antes dos 13 anos apresentaram uma piora progressiva na saúde mental e no bem-estar geral à medida que o primeiro smartphone era adquirido.
- "Essas correlações são mediadas por diversos fatores, incluindo acesso às mídias sociais, cyberbullying, sono interrompido e relacionamentos familiares precários", observaram os pesquisadores. - "Essa tendência aparece consistentemente em todas as regiões do mundo, com maior magnitude nos países de língua inglesa."
A questão é tão disseminada e uniforme em todas as regiões estudadas que os pesquisadores acreditam que a única maneira de mitigá-la no futuro é abordá-la de forma semelhante à proibição total de certas atividades, como fumar, até uma determinada idade. Os cientistas defendem a proibição do uso de smartphones até pelo menos os 13 anos.
- "Com base nessas constatações, defendemos a adoção de um princípio de precaução. Propomos a implementação de uma abordagem política adequada ao desenvolvimento e abrangente à sociedade, semelhante às que regulam o acesso ao álcool e ao tabaco", assevera a conclusão do estudo. - "É preciso restrinjir o acesso a smartphones e redes sociais para crianças menores de 13 anos, impor a educação em alfabetização digital e a responsabilização corporativa. Essas medidas visam proteger os elementos fundamentais da saúde mental e do bem-estar que sustentam as capacidades e o funcionamento para o desenvolvimento humano nas gerações futuras.""
Embora intimidantes, a CNN ressalta que os resultados foram relatados pelos próprios pesquisadores e, portanto, não foram verificados de forma independente. No entanto o canal de notícias conta uma meia verdade já que o periódico Journal of Human Development and Capabilities é revisado por pares.
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