![]() | A União Soviética sempre teve uma relação de amor e ódio com os cientistas. Lênin considerava a ciência apenas uma ferramenta para promover seus objetivos políticos. Stálin, que governou por 30 anos, oscilava entre promover cientistas que pudessem demonstrar a superioridade do sistema soviético e expurgá-los, para que esses intelectuais não se tornassem uma ameaça a ele. A ética e os padrões científicos não tiveram nenhum papel nessas decisões. |

Enquanto isso, o mundo nunca teve escassez de cientistas que acreditavam que suas pesquisas eram mais importantes do que os direitos humanos ou mesmo vidas.
O biólogo Ilya Ivanovich Ivanov fez experiências com reprodução animal, eugenia e, por fim, tentou criar o humanzé, um híbrido humano-macaco. Naturalmente, havia muita gente contrária à ideia.
Ilya Ivanov era um proeminente especialista em inseminação artificial e, inspirado pelas teorias de Darwin, buscou criar híbridos de humanos e macacos na década de 1920.
Seus experimentos envolveram tentativas de inseminar chimpanzés fêmeas com esperma humano, mas esses esforços acabaram não tendo sucesso.
Ilya, influenciado pela teoria da evolução, acreditava que era possível criar um híbrido inseminando artificialmente um chimpanzé com esperma humano.
Foi assim que na década de 1920, ele conduziu experimentos na Guiné Francesa, onde tentou inseminar três chimpanzés fêmeas com esperma humano. Apesar de seus esforços, nenhuma das chimpanzés engravidou.
Ivanov também planejou reverter o processo, tentando inseminar voluntárias humanas com esperma de macaco, mas isso foi impedido pela morte de seu orangotango.
O trabalho de Ilya foi apoiado pelo regime soviético, que viu potenciais benefícios em sua pesquisa, mas a comunidade científica viu seu trabalho com ceticismo.
Devido as muitas críticas, em 1929, ele caiu na desgraça pelas políticas do governo soviético e foi condenado ao exílio no Cazaquistão. Ele trabalhou lá no Instituto Veterinário-Zootécnico e morreu de um derrame dois anos depois.
Na década de 1970, um chimpanzé performático chamado Oliver foi popularizado como um possível "mutante" ou até mesmo um humanzé. As alegações de que Oliver tinha 47 cromossomos, ponto médio entre os 46 normais para humanos e 48 para chimpanzés, foram refutadas após um exame de seu material genético na Universidade de Chicago em 1996.
Ainda que esta coisa pareça doida demais para ser verdade, desde então muitos experimentos de cruzamento entre humanos e chimpanzés foram realizados, sobretudo na China.
Em 1967, um desses experimentos foi interrompido pela Revolução Cultural, quando os cientistas responsáveis foram enviados para o trabalho agrícola forçado e a chimpanzé grávida de três meses morreu por negligência.
O mais recente foi feito em 2019 pelo biólogo Juan Carlos Izpisua Belmonte, do Instituto Salk de Estudos Biológicos, nos EUA, quando produziu com sucesso a primeira quimera humano-macaco, embora o desenvolvimento tenha sido interrompido antes da formação de um sistema nervoso ou órgãos, evitando preocupações éticas mais severas.
Devido à distância evolutiva muito maior entre humanos e macacos versus humanos e chimpanzés, é considerado improvável que verdadeiros híbridos humano-macaco possam ser levados a termo. No entanto, é viável que órgãos compatíveis com humanos para transplante possam ser cultivados nessas quimeras.
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