Provavelmente você não sabe o motivo pelo qual as folhas mudam de cor no outono

Você provavelmente já reparou que as folhas das árvores decíduas mudam de cor no outono porque perdem suas moléculas verdes de clorofila, permitindo que os pigmentos amarelo-alaranjados subjacentes brilhem. No entanto, isso não explica por que as folhas mudam de cor. As árvores decíduas perdem suas folhas todos os anos, em um processo conhecido como caducifólia ou abscisão, para evitar o alto custo de prepará-las para o inverno, mas essa queda sazonal seria um desperdício demais para valer a pena.

O desperdício no caso está relacionado as árvores perderem todos os nutrientes valiosos que extraíram laboriosamente do solo para construir suas folhas no início do ano. É aí que elas se decidem pela reciclagem.

Portanto, a cada outono, as árvores decíduas reciclam suas folhas antes de perdê-las. Isso significa desmontar as células e o aparato fotossintético de dentro para fora, a fim de recuperar o nitrogênio e o fósforo e armazená-los em galhos e ramos até a próxima primavera.

Essa perda das folhas, geralmente no outono e inverno em climas temperados ou durante a estação seca em climas tropicais, permite que a árvore entre em um período de dormência para sobreviver a condições adversas, como a falta de luz solar para a fotossíntese ou escassez de água.

Isso é realmente muito complicado, porque, à medida que a desmontagem começa, as moléculas de clorofila que absorvem a luz solar para a fotossíntese ainda estão absorvendo a energia solar.

Mas, sem a fotossíntese acontecendo, elas acabam passando a energia não utilizada para as moléculas de oxigênio, que se tornam perigosamente reativas quando energizadas.

Essas moléculas causam estragos, danificando as partes da folha que estão em processo de recuperação e transporte de nutrientes de volta para o restante da árvore.

Para minimizar essa destruição, as folhas decompõem sua clorofila em moléculas menos perigosas, tipicamente transparentes, embora às vezes amarelas. De qualquer forma, com a eliminação das moléculas verde-brilhantes, os pigmentos amarelos e laranja que estavam lá o tempo todo -ajudando na fotossíntese- não são mais ofuscados, e tchau! Folhas amarelas e laranja.

Algumas árvores tomam uma precaução extra no outono contra a destruição induzida pela clorofila: à medida que o desmantelamento das folhas começa, elas produzem novos pigmentos especiais para proteger a clorofila da luz solar até que ela possa ser decomposta.

Esses novos pigmentos tendem a ser vermelhos ou roxos, então as árvores que os utilizam têm folhas vermelhas no outono, às vezes, de um vermelho incrivelmente brilhante.

No final, esses requintados tons dourados e castanho-avermelhados ajudam as árvores decíduas a recuperar até 50% do nitrogênio e fósforo de suas folhas velhas para ajudar a produzir novas folhas verdes e frescas.

Em suma, as árvores decíduas sempre contém pigmentos carotenoides, que causam as cores amarelo e laranja, e pigmentos antocianina, que causam o vermelho, mas estes ficam escondidos ou mascarados pelo abundante pigmento verde clorofila durante a estação de crescimento, que é produzido para a fotossíntese.

À medida que os dias encurtam e as temperaturas caem no outono, a árvore para de produzir clorofila, permitindo que outros pigmentos pré-existentes se tornem visíveis e criem as cores vibrantes do outono, enquanto as cores marrons são formadas a partir de resíduos deixados nas folhas depois que a clorofila desaparece.

Por outro lado, as árvores florescem na primavera para reprodução, aproveitando as temperaturas favoráveis e o aumento da luz do dia para atrair polinizadores como abelhas e borboletas com cores vibrantes e néctar doce, facilitando a polinização cruzada para a produção de sementes e frutos.

A primavera também sinaliza o fim da dormência de inverno das árvores, permitindo que elas despertem, utilizem a energia armazenada em suas raízes e iniciem o processo de fotossíntese para gerar novas folhas verdes e continuar seu ciclo de vida.