![]() | Cientistas usaram duas câmeras de alta velocidade gravando a 1.000 quadros por segundo para capturar a ação ultrarrápida da picada de uma cobra venenosa. As cobras podem reagir em menos de 100 milissegundos. Um novo estudo publicado no Journal of Experimental Biology, intitulado "Kinematics of strikes in venomous snakes", examinou como 36 espécies de três famílias -víboras, elapídeos e colubrídeos- realizam suas picadas. Com a filmagem em câmera lenta, os cientistas podem estudar melhor os ataques. |

Os cientistas começaram a usar fotografia de alta velocidade para estudar picadas de cobra na década de 1950. Desde então, a tecnologia melhorou muito e este último estudo é um dos estudos de picadas de cobra mais ricos em dados e de alta resolução já conduzidos.
As cobras foram observadas golpeando um cilindro de gel balístico ou médico aquecido, projetado para imitar a estrutura e a temperatura do tecido de mamíferos. Os pesquisadores reconstruíram os botes em três dimensões para medir a rapidez com que as cobras se moviam, como suas mandíbulas se abriam e como suas presas se enganchavam.
Descobriu-se que as víboras atacam mais rápido. Espécies como a víbora-de-focinho-afiado e a cascavel-diamante-ocidental lançam seus ataques de forma explosiva a partir de uma posição enrolada, atingindo a presa em menos de 100 milissegundos.
Em 84% dos ataques de víboras registrados, o alvo foi atingido em menos de 90 milissegundos, mais rápido do que o tempo médio de reação dos mamíferos que essas cobras normalmente caçam. As víboras possuem presas longas e articuladas que se abrem durante o ataque.
Após o contato inicial, muitas víboras ajustavam a mordida, levando as presas para a frente, uma de cada vez, para obter um melhor posicionamento antes de injetar o veneno.
Algumas víboras também demonstraram que a quebra das presas pode ocorrer durante um ataque. Em um caso, a presa de uma víbora-de-focinho-rombudo se partiu e voou pelo ar.
Presas já foram encontradas em fezes de cobra, o que significa que as presas frequentemente se quebram durante a penetração, permanecem presas nela e são engolidas pela cobra, segundo explicam os pesquisadores em seu artigo. A perda das presas não prejudica a cobra porque elas são substituídas, as cobras produzem novas presas ao longo da vida.
Elapídeos, incluindo espécies como a cobra-coral-do-cabo e a víbora-da-morte-de-escamas-ásperas, aproximavam-se mais lentamente. Essas cobras têm presas permanentemente eretas, mas mais curtas. Elas tendiam a morder repetidamente em vez de atacar apenas uma vez.
Os colubrídeos, que possuem presas localizadas na parte posterior da boca, empregavam outra estratégia. Após morder, moviam suas mandíbulas de um lado para o outro para aprofundar a ferida e facilitar a aplicação do veneno.
Diferentes estratégias de ataque refletem a anatomia das presas e as adaptações ecológicas. As diferenças de comportamento relatadas para viperídeos, elapídeos e colubrídeos se correlacionam bem com o que sabemos sobre a anatomia das presas.
Apesar da letalidade das cobras venenosas, seu comportamento costuma ser defensivo. Se deixadas em paz, elas não são perigosas.
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