![]() | Quando os marinheiros europeus chegaram ao Novo Mundo, logo se depararam com os povos nativos, que não faziam ideia da existência da Europa, muito menos de como se comunicar com alguém de lá. Mas, como você deve saber, o contato foi feito e, em muitos casos, acordos complicados foram negociados entre europeus e nativos. Considerando que não havia intérpretes quando os europeus chegaram, surge a questão: como eles se comunicavam? Como os exploradores europeus falavam com os nativos? |

De modo geral, quando uma cultura entra em contato com outra, normalmente há pessoas ao longo do caminho que podem servir como intérpretes.
Quando colonizados na África, os europeus frequentemente levavam consigo pessoas que falavam árabe para traduzir. Isso porque o comércio no Sudeste Asiático ligava o Norte da África ao Sul há séculos, e nos reinos maiores havia pessoas nos portos que falavam árabe.
No entanto, com o Oceano Atlântico e aqueles que viviam do outro lado, a comunicação era complexa. Como Cristóvão Colombo se comunicava com os nativos que encontrava em Hispaniola quando chegou lá em 1492?
Bem, eles usavam a única forma correta de comunicação: sinais. Isso consistia principalmente em linguagem de sinais, como apontar para coisas e dizer o nome delas, ou representar algo e depois dizer a palavra correspondente.
Mas eles também faziam desenhos rudimentares à medida que as coisas se tornavam mais complexas. Isso cobria a maioria das necessidades básicas, como comida, abrigo, Jesus, barcos e ouro para pilhar.
No entanto, qualquer discussão mais complexa exigia um tradutor. E como era muito difícil perguntar a um nativo, usando sinais, se ele gostaria de embarcar e ir para portugal atravessando o oceano para fazer um curso intensivo de português, para que ele pudesse atuar como tradutor no futuro, eles optaram por outra alternativa: o sequestro.
Infelizmente para Colombo e os nativos que ele capturou, eles não sobreviveram por muito tempo devido a doenças. Então, como isso mudou a longo prazo?
Bem, depois disso, os espanhóis passaram a capturar nativos e mantê-los na região para aprender o idioma, reduzindo assim as mortes.
Outra forma de captura era o naufrágio de alguns navios espanhóis, e os sobreviventes eram mantidos como escravos pelos espanhóis e logo aprendiam seus idiomas e podiam atuar como intérpretes em nome dos governantes nativos.
Uma vez que espanhóis e nativos conheciam um ou dois idiomas, o resto era bastante simples, pois bastava reunir tradutores para se comunicarem. Foi após esse curto período que a comunicação se tornou igual à de qualquer outro lugar do mundo.
Quando Portugal colonizou o Brasil pela primeira vez, um processo que começou com o descobrimento em 1500, o tupi, ou mais precisamente o tupinambá, uma das línguas da família tupi-guarani falada pelos indígenas que viviam no litoral brasileiro, era usado juntamente com o português como língua geral da colônia.
Isso se devia principalmente ao fato dos padres jesuítas estudarem e ensinarem a língua tupi. Em 1757, o tupi foi proibido por decreto real português, embora a língua já tivesse sido suplantada pelo português falado pelo grande número de imigrantes.
Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o português tornou-se a língua oficial do país. No entanto, o português herdou palavras associadas à flora e à fauna de línguas indígenas. Entre essas palavras estavam abacaxi, mandioca, caju, tatu, piranha, entre outros, além de nomes próprios e geográficos.
A língua portuguesa no Brasil recebeu uma nova fonte de contribuições com a chegada de escravos africanos. A influência africana veio principalmente do iorubá, falado por escravos da Nigéria e Angola.
Durante o século XVIII, outras diferenças entre o português brasileiro e o europeu se desenvolveram. Naquela época, o português brasileiro não adotou as mudanças linguísticas que ocorriam em Portugal devido à influência francesa.
O português brasileiro permaneceu fiel à pronúncia utilizada na época de sua descoberta. No entanto, quando Dom João, o rei de Portugal, e sua comitiva refugiaram-se no Brasil em 1808, durante a invasão de Portugal por Napoleão Bonaparte, sua presença contribuiu para reaproximar o português falado nas cidades ao português de Portugal.
Após a independência do Brasil em 1822, o português brasileiro passou a sofrer influência dos europeus que migraram para as regiões central e sul do país. Por isso, nessas áreas encontram-se variações de pronúncia e algumas alterações lexicais superficiais. Essas mudanças refletem as nacionalidades que se estabeleceram em cada região.
No século XX, a divisão entre as variantes portuguesa e brasileiras acentuou-se devido ao surgimento de novas palavras para inovações tecnológicas. Isso ocorreu porque o português não possuía um procedimento uniforme para a adoção dessas palavras. Certas palavras assumiram formas diferentes em diferentes países.
Por exemplo: em Portugal ouve-se "comboio", enquanto no Brasil ouve-se "trem. "Autocarro" em Portugal é o mesmo que "ônibus" no Brasil.
No início do século passado, o nacionalismo e o individualismo do movimento romântico começaram a promover a criação de uma norma linguística baseada na versão brasileira da língua portuguesa.
Em 1922, os modernistas retomaram esse argumento, defendendo a necessidade de romper com os modelos tradicionais do português e adotar o padrão de fala brasileiro. Essa abertura promovida pelos modernistas levou à bem-sucedida adoção da norma brasileira na literatura.
Hoje em dia com o advento das redes sociais e principalmente do Youtube, que leva crianças portuguesas cada vez mais a falarem o português brasileiro, provavelmente estabelecerá um novo idioma chamado Brasileiro.
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