Cisne de prata: um belo e delicado autômato do século XVIII

Antes dos robôs informáticos, com seus acionamentos pneumáticos, hidráulicos e eletrônicos, existiram os autômatos integralmente mecânicos, cada qual mais engenhosos. Alguns foram fabricados faz muitos séculos e este cisne de prata, por exemplo, data de 1773. Com efeito, é uma autêntica maravilha de desenho próprio de joalheiros e de mecanismos de especialistas em relojoaria. Tem sua própria caixa de música, rolos de vidro que simulam a água e pequenos peixinhos que nadam e são capturados pelo elegante cisne.

Quando dão corda no dispositivo, a caixa de música toca e as hastes de vidro giram dando a ilusão de água corrente. O cisne vira a cabeça de um lado para o outro, observa o peixe nadando e se curva para comer um. A cabeça do cisne retorna à posição vertical, numa sequência que dura cerca de 32 segundos. Para preservar o mecanismo do cisne, ele é operado apenas uma vez por dia às 14:00 no Museu Bowes, em Teesdale, na Inglaterra.

O mecanismo foi projetado e construído por um inventor e horologista belga chamado John Joseph Merlin, com a ajuda de seu amigo James Cox. Originalmente havia uma cachoeira atrás do cisne, que foi roubada quando o cisme excursionou por toda a Inglaterra.

O cisne teve vários donos antes de ser adquirido por John Bowes, fundador do museu, de um joalheiro parisiense em 1872. O novelista americano Mark Twain observou o cisne e o registrou em um capítulo de "The Innocents Abroad", dizendo que o cisne "tinha uma graça viva sobre seu movimento e uma inteligência viva em seus olhos".