Durante a gravidez o corpo da gestante se adapta (ou é adaptado?) para a chegada do bebê

No começo de outubro de 2024, falávamos sobre as transformações surpreendentemente complicadas pelas quais passa o corpo de uma gestante. Músculos e articulações se movem e se comprimem. O coração bate rapidamente. Veias e artérias circulam o sangue. Durante a gravidez, todos os órgãos do corpo feminino passam por alguma mudança. Quando estimulados por uma torrente de hormônios, essas mudanças começam logo no início da gravidez. Poucos dias após a fertilização, o embrião se implanta no revestimento do útero.

Como seu DNA não corresponde exatamente ao da mãe, o sistema imunológico deveria teoricamente reconhecê-lo como um invasor, atacá-lo e destruí-lo, como faria com bactérias ou outros micróbios prejudiciais, certo?

Aqui está o desafio: o sistema imunológico da mãe deve proteger tanto ela quanto o feto, mas não pode funcionar como de costume. O que ocorre não é tão simples quanto reduzir a resposta do sistema imunológico.

Em vez disso, trata-se de uma interação complexa que estamos apenas começando a compreender, envolvendo diversos tipos de células imunológicas, algumas das quais parecem defender o feto contra o ataque de outras células imunológicas.

Não é fácil, como explica o canal do Youtube Kurzgesagt no vídeo abaixo. Um embrião faz o que for necessário para estabelecer domínio sobre o corpo da mãe. Ele suprime o sistema imunológico dela, para que não ataque o corpo estranho. Inunda o corpo dela com hormônios estranhos que mudam seu corpo e as células que ela carregará pelo resto da vida.

Um feto estabelecido retirará todos os recursos de que precisa da mãe, deixando seu corpo carente, então ela precisa se esforçar para se manter nutricionalmente.

Nisso, é como um parasita ou um tumor que drenará e possivelmente matará seu hospedeiro para sobreviver. No entanto, o prêmio no final de tudo pode fazer o esforço valer a pena.

Ao observar uma mulher grávida, tendemos a assumir que, em 40 semanas, ela dará à luz a um bebê, sem refletir sobre todas as transformações que seu corpo está vivenciando. Contudo, como bem sabemos, o parto é uma experiência extraordinária para uma mulher, mas que também pode ser extremamente desafiadora.