A enigmática beleza das salas de controle soviéticas

O ano é 1961, as autoridades da União Soviética se rendem loucamente apaixonados pela "cibernética". Ao término da Segunda Guerra Mundial, os trabalhos de Gregory Bateson, um dos consolidadores da teoria cibernética, tinha atingido seu pico de popularidade máxima, e suas naturais preocupações em torno do controle, gerenciamento, recursividade e informação encaixavam como anel no dedo da economia comunista planejada.

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Não é de estranhar, pois, que naquele ano o Partido Comunista tenha debatido com fervor as potenciais ramificações e benefícios da cibernética no "glorioso" futuro da União Soviética. Khrushchev incluiu o termo em seu catálogo de estratégias chave para "esmagar o Ocidente", e a potencial modernização, computadorização e digitalização gestora do gigante comunista causou profunda preocupação na administração Kennedy.

Mas em que consistia a tão cacarejada cibernética soviética? A grosso modo, foi um conjunto de princípios que contribuiriam para melhorar a informação proveniente da economia planejada através de centros de controle de dados regionais interconectados entre si. Em todo este processo, no estudo exaustivo do gerenciamento dos processos e do país, teria um papel determinante uma novíssima rede de proto-computadores e alta tecnologia soviética.

Em última instância, o projeto cibernético -bem similar à atual Internet- resultou um verdadeiro fiasco, já que a URSS jamais foi capaz de levantar uma rede nacional de computadores que permitissem gerenciar de forma inteligente e centralizada os variados meios da economia planificada. A visão cibernética permeou muitos projetos posteriores, e ficou registrada de forma (quase) artística nas estações de controle de muitas centrais energéticas.

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