O farol San Juan de Salvamento está localizado no extremo da Ilha dos Estados, na Patagônia Argentina, na província de Tierra del Fuego. É o farol mais antigo da Argentina e o primeiro a ser construído nas águas do sul. Foi apelidado de "O Farol do Fim do Mundo", em homenagem ao romance de Júlio Verne que leva esse título. O tema do romance é a sobrevivência em circunstâncias extremas, e os eventos descritos giram em torno desse farol isolado. |
O farol data de 1884, quando a Divisão Expedicionária do Atlântico Sul, sob o comando do Comodoro Augusto Lasserre, instalou uma subprefeitura marítima, um presídio e uma estação de resgate na Ilha dos Estados para ajudar nos inúmeros naufrágios ocorridos em torno do Cabo Horn.
O farol foi erguido em um promontório rochoso chamado Cabo San Juan. O comodoro Augusto Lasserre acrescentou "de Salvamento" ao nome do farol para deixar claro seu propósito. O nome San Juan de Salvamento estendeu-se aos arredores do cabo e em particular ao pequeno porto que se instalou em uma baía contígua.
O farol original era uma casa de madeira de faia, com apenas 5 metros de altura e cerca de 9 metros de diâmetro. A luz era fornecida por 8 lâmpadas fixas de querosene colocadas atrás de duas janelas cujos vidros tinham lentes Fresnel.
Mas a localização do farol não proporcionava boa visibilidade de seu feixe de luz. Embora tivesse 60 metros de altura, a luz dos lampiões a óleo era muito fraca e a neblina muitas vezes escondia o farol. Como resultado, os navios continuaram a naufragar ao redor da ilha e em muitas ilhotas ao norte do farol.
Assim, em 1901, o governo argentino, em colaboração com a Comissão Organizadora Internacional da Expedição Antártica, decidiu erguer o Farol de Ano Novo, localizado um pouco mais ao norte, na Ilha Observatório. O Farol de Ano Novo foi concluído em 1902 e o Farol de San Juan de Salvamento foi abandonado após apenas oito anos de operação. Inspirado pela localização remota do farol, Júlio Verne concluiu o primeiro rascunho de seu romance "O Farol no Fim do Mundo" em 1901. Foi publicado quatro anos depois da morte do escritor.
O farol ficou abandonado e em ruínas durante quase um século, até 1994, quando o navegador francês André Bronner que, fascinado pelo romance de Júlio Verne, saiu em busca do famoso farol. André voltou para a ilha no ano seguinte e ficou lá isolado por três meses, sobrevivendo com meios rudimentares na Baía de Flinders, no extremo oeste da ilha.
Ele decidiu empreender o projeto de reconstrução do farol, e para isso criou no porto francês de La Rochelle a Associação do Farol do Fim do Mundo. Ele teve o apoio das autoridades de Tierra del Fuego e Ushuaia, da Marinha argentina, do governo francês e de várias empresas privadas que receberam a ideia com entusiasmo. O projeto também recebeu contribuições financeiras dos municípios franceses de Nantes (cidade natal de Júlio Verne) e La Rochelle (residência de André Bonner).
A réplica do farol foi concluída em 1998 e iluminada pela primeira vez em 26 de fevereiro de 1998. O prédio de madeira foi construído em La Rochelle, desmontado, levado de navio para Ushuaia e finalmente para a Ilha dos Estados onde foi reconstruído.
Em 2000, André Bronner promoveu a construção de outra réplica do farol original de San Juan de Salvamento, na costa de La Rochelle, na costa atlântica da França. Também chamado de Farol do Fim do Mundo, este farol é construído no mar, sobre pilares.
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