![]() | Estamos acostumados a ouvir falar de descobertas arqueológicas enterradas no subsolo, mas você provavelmente não imaginaria que elas seriam encontradas em um ninho de ave, quanto mais de um urubu. No entanto, esses objetos ocasionalmente encontram seu caminho para esses lugares. Arqueólogos documentaram recentemente ninhos de abutres-barbados (Gypaetus barbatus),contendo artefatos que datam de séculos atrás. Ele também é conhecido como quebra-ossos por se alimentar quase exclusivamente de ossos. |

Pesquisadores de diversas instituições, incluindo o Instituto de Pesquisa de Caça e Vida Selvagem, a Universidade de Granada e a Universidade da Cantábria, na Espanha, apresentaram suas descobertas na revista Ecology. Eles documentaram 12 ninhos abandonados construídos por abutres-barbudos, uma espécie ameaçada que provavelmente desapareceu do sul da Espanha há cerca de um século.
Essas aves são conhecidas por construir ninhos sólidos e colocá-los estrategicamente para evitar danos em cadeias de montanhas. Como resultado, as estruturas podem durar séculos e gerações com o posicionamento adequado. Além disso, os abutres-barbudos, como muitas outras espécies de aves, usam praticamente qualquer material que considerem adequado para construir seus ninhos.
Não é incomum encontrar objetos feitos pelo homem misturados a essas estruturas, então os pesquisadores partiram em uma caça ao tesouro. Ao examinarem a dúzia de ninhos ao longo de seis anos, encontraram ossos, cascos, cascas de ovos, pelos e muitos outros itens aleatórios.
Também descobriram 226 objetos feitos pelo homem ou alterados, incluindo armas, (por exemplo, uma besta, uma lança de madeira e partes de um estilingue), objetos vestíveis (um sapato de 675 anos feito de grama e gravetos) e uma cesta de vime que parece ter cerca de 150 anos. Os arqueólogos conseguiram determinar a idade desses itens usando datação por carbono.
Os abutres-barbudos não são as únicas aves cujos ninhos funcionam como cápsulas do tempo. Em um estudo publicado no início deste ano, ninhos de galeirões em Amsterdã foram examinados para revelar vestígios humanos que remontam a décadas.
O abutre-barbudo preenche um nicho ecológico altamente especializado, já que se alimenta quase exclusivamente de ossos, que engole inteiros ou atira ao solo em voo, para comer a medula óssea, uma fonte de proteína não aproveitada por outras espécies necrófagas.
Reza a lenda que o poeta grego Aeschylus, ao visitar Gela, na ilha de Sicília, um abutre-barbudo confundiu sua careca com uma rocha, deixando cair um osso em sua cabeça, e matando-o.
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