![]() | Desde as tribos amazônicas que usam penas de araras, guarás, hárpias e arapongas, entre outras, para confeccionar artes plumárias; passando pela "febre das plumas" no século XIX e início do XX, na era Vitoriana e Eduardiana, que levou várias espécies à beira da extinção; e chegando ao nosso carnaval que praticamente usa penas de quaisquer aves, há algo em comum: todas as penas são reais e originais. |

Se você for a uma loja de adereços e acessórios de arte, vai encontrar cabelo falso, couro falso, pele sintética, o que você imaginar. E tudo isso é feito de plástico.
Mas as , mesmo as mais baratas, são 100% reais.
Uma razão pela qual todas as penas de artesanato são reais, embora não seja a principal, é que existem muitas penas reais por aí que precisam de uma utilidade.
Cada frango, peru e pato que acaba em uma panela já teve muitas penas, que podem ser usadas para isolamento em cobertores e casacos, ou podem ser tingidas com cores divertidas e usadas para estolas e leques.
E como todas as aves moldam naturalmente suas penas ao longo da vida, até mesmo penas mais vistosas, como as de avestruzes e pavões, são bem fáceis de encontrar.
Mas o principal motivo pelo qual não fabricamos penas falsas é que não conseguimos replicar de forma convincente penas reais com plástico, que costuma ser a maneira mais fácil e barata de fazer coisas falsas.
Couro sintético é apenas plástico achatado aderido a um tecido, sendo barato e uma imitação bastante convincente de couro verdadeiro.
O mesmo vale para cabelo falso. O plástico pode ser esticado em longos fios para fazer perucas. Agora, sejamos realistas. Não engana quem trabalha com ele, e o efeito é melhor à distância.
De qualquer forma, se você tentasse moldar uma pena de plástico, ela acabaria parecendo mais uma folha. Seria barato, mas nada parecido com uma pena.
E isso porque a textura de uma pena é resultado de uma incrível complexidade estrutural. Assim como as "penas de voo", incluindo as penas das asas/rêmiges e da cauda/retrizes, que tem a ponta com milhares de ganchos e bárbulas microscópicas semelhantes a velcro permitem que a pena se feche como um zíper de verdade.
É isso que torna as penas impermeáveis e adequadas para voar, mas também o que as faz parecer e ter a textura de penas.
Além disso, um molde produziria uma pena falsa com um núcleo sólido de plástico. Enquanto o núcleo de uma pena verdadeira tem uma estrutura semelhante a uma esponja com muitas bolsas de ar, tornando a pena tão leve quanto, bem, uma pena.
Até mesmo a iridescência de uma pena é resultado da complexidade estrutural microscópica. A queratina na superfície da pena pode agir como um prisma, curvando a luz e dando à pena um brilho translúcido.
Algumas dessas estruturas minúsculas podem ter apenas 10 micrômetros, o que as torna complexas demais para serem replicadas com um molde de plástico.
Existem artistas e engenheiros por aí usando materiais e métodos criativos para fazer penas falsas super legais, mas as melhores são demoradas e difíceis de fazer.
Há muito se sabe que as penas das aves são estruturas bem elaboradas. São fortes, leves, aerodinâmicas e, mesmo quando desalinhadas, podem ser facilmente ajeitadas.
Isso se deve à sua arquitetura complexa: as penas possuem uma longa haste central chamada ráquis, da qual partem as barbas, que por sua vez possuem bárbulas.
Nas penas de voo, as bárbulas possuem ganchos que as conectam às bárbulas adjacentes. Os evolucionistas já defenderam que elas derivaram das escamas dos répteis, mas essa teoria já foi refutada recentemente.
A verdade é que, por enquanto, a produção em massa de penas ainda é coisa de pássaros e aves.
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