Como a IA interpreta as pinturas de Van Gogh?

Esta é uma homenagem a Vincent van Gogh, mas o sucesso dela, creio eu, depende inteiramente do ponto de vista do espectador. Eu achei simplesmente fantástico. É uma obra visualmente fascinante, um poema visual, que traça seu desenvolvimento como artista pioneiro utilizando a mesma aplicação de cores vibrantes e emotivas -especialmente o uso contrastante de azul e amarelo-, a ênfase na expressão emocional acima do realismo, e a inspiração na vida cotidiana e na natureza.

Como tal, é o primeiro de uma trilogia de vídeos planejada por Ryta, fundadora e força criativa por trás do Creators of Curiosity. Incluí a segunda parte abaixo da primeira.

Certamente, quem comentou o vídeo no Youtube parece ter adorado. Um deles escreve:

- " Absolutamente hipnotizante! As pinturas de Van Gogh realmente ganham vida, com cada pincelada se movendo e o violino adicionando emoção intensa. Uma bela e criativa homenagem ao seu legado atemporal."

Outra usuária verdadeiramente emocionada com os poemas visuais fala sobre o uso inteligente das sombras e luzes, tão características do pintor pós-impressionista holandês:

- "É como tocar a alma de Van Gogh através das pinceladas e do movimento. Sombras e luz respirando como uma só coisa. Isso é mais do que arte, é uma batida de coração.""

Embora usar IA para fazer esse tipo de coisa certamente traga resultados notáveis, sempre me lembro do que Jean Baudrillard disse sobre isso:

- "O triste da inteligência artificial é que ela carece de artifício e, portanto, de inteligência."

Acho que o mesmo precisa ser aplicado aqui. A descrição do vídeo diz que - "...a IA está " aprimorando a textura da pincelada, a profundidade do impasto e os detalhes pictóricos luminosos."

Péra... aprimorar significa melhorar, e não acho que se possa melhorar Vincent por meio de algoritmos, por mais sofisticados que sejam. embora isso seja provavelmente o melhor que se possa conseguir, pelo menos por enquanto.

Os vídeos também parecem seguir um padrão semelhante a "Com Amor, Van Gogh", um filme de animação histórico experimental de 2017 sobre a vida do pintor, em particular as circunstâncias de sua morte. É o primeiro longa-metragem de animação totalmente pintado.

Com o uso adicional de animação rotoscopia, cada um dos 65.000 quadros do filme é uma pintura a óleo sobre tela, criada usando as mesmas técnicas de Van Gogh por uma equipe de 125 artistas de todo o mundo.

Mas eu tenho lá minhas dúvidas se o filme, se fosse hoje, não teria se beneficiado da inteligências artificial em vez da rotoscopia.

O filme, escrito e dirigido por Dorota Kobiela e Hugh Welchman, é uma coprodução polonesa-britânica, financiada pelo Instituto Polonês de Cinema e parcialmente por meio de uma campanha bem sucedida no Kickstarter.

Concebido inicialmente como uma curta-metragem de sete minutos em 2008, o filme foi realizado por Dorota Kobiela, ela própria uma pintora, após estudar as técnicas e a história do artista através das suas cartas.

"Com Amor, Van Gogh" Ganhou o prêmio de Melhor Filme de Animação no 30º Prêmio de Filmes Europeus em Berlim e foi indicado ao prêmio de Melhor Filme de Animação no 90º Oscar.