The End, o curta de quinta

A ficção científica pode ter múltiplas formas e enredos e The End é diferente em vários aspectos, não menos importante por causa de seu ritmo suave, narrativa discreta e falta de gadgets de última geração. Eu gosto de filmes sci-fi cheios de coisas legais que provavelmente teremos no futuro. Não obstante, eu achei este filme, escrito e dirigido por Ted Evans um dos curtas mais tocantes e instigantes que já vi há tempo.

O filme começa no passado e termina mais de trinta anos no futuro. Traça a vida de quatro jovens de 1987 a 2046. Eles são diferentes: não, não são mutantes telepáticos ou alienígenas, são surdos. The End prevê uma cura para a surdez e segue as consequências sobre as vidas dos protagonistas.

Criado como um documentário, as quatro crianças chegam à idade adulta e sua decisão se devem ou não fazer o tratamento tem um efeito profundo em suas vidas. O fim levanta questões não apenas sobre a natureza da deficiência, mas a nossa compaixão como uma espécie e nossa vontade de limpar e ofuscar tudo aquilo que nos assusta ou nos perturba. Infelizmente está em Inglês, mas achei muito bacana para deixar de compartilhá-lo.

Como pedido de desculpas aos amigos que não dominam o idioma inglês, publico este curta-metragem sensível, que em realidade é um comercial, com um bonito enredo sobre um idoso que resolve, por fim, aprender a ler, impulsionado por um motivo que a gente só descobre no final do curta. Não vou contar qual para não causar spoiler, mas vale a pena ver. Pese que o anúncio seja de bebida alcoólica -citado uma única vez na peça publicitária-, a mensagem que ele encerra nos permite refletir que nunca é tarde para começar e que uma lufada de ar fresco pode nos levar para onde quisermos. Da mesma forma, que o curta anterior, há algumas poucas palavras em inglês, mas que nesse caso não representam grande dificuldade para entendê-lo.