![]() | A entrega do Oscar para melhor ator de 1973 era fava contada. Todos não tinham dúvidas de que Marlon Brando levaria o prêmio por seu papel em "O Poderoso Chefão". Mas a história foi feita quando o ator recusou-se a aceitar o Oscar para protestar contra o tratamento dado aos índios americanos. Sua objeção foi entregue no palco por uma jovem índia ativista chamada Sacheen Littlefeather, gerando intensa polêmica e crítica em todo o país. |

Alguns dias antes, Marlon Brando contatou a jovem atriz iniciante e perguntou se ela assistiria a cerimônia e recusaria o Oscar para protestar contra a forma como a indústria do cinema perpetuava estereótipos nocivos dos nativos americanos, e também para mostrar sua solidariedade com os ativistas indígenas que estavam naquele momento empenhados em uma batalha armada com o FBI no histórico campo de batalha do Massacre de Wounded Knee.
Depois que seu nome foi anunciado como vencedor, Pena Pequena subiu no palco vestida com roupas tradicionais e fez um breve discurso improvisado explicando as razões pelas quais Brando declinou do prêmio. Brando tinha preparado um discurso de 15 páginas, mas o produtor do programa ameaçou mandar prender Sacheen, se ela tentasse ler todo o discurso e deu-lhe apenas 60 segundos no palco.
Tímida no início, ela se apresentou e explicou que Brando não poderia aceitar o prêmio muito generoso por causa do tratamento dispensado aos índios americanos pela indústria cinematográfica, pela televisão e também por causa dos acontecimentos recentes em Wounded Knee.
Só para que tenham uma ideia do barraco, John Wayne, que se notabilizou como o maior matador de índios do cinema, teve que ser contido por quatro homens quando tentava arrastar Sacheen para fora da festa da entrega.
Anos mais tarde Sacheen contou que foi imediatamente colocada na lista negra de Hollywood. Recebeu ameaças de morte, alguns amigos seus receberam a visita de agentes do FBI e diretores foram ameaçados de serem expulsos do negócio caso a contratassem..
Ela se tornou um membro respeitado da comunidade indígena da Califórnia e liderou grupos de oração para Kateri Tekakwitha, o primeiro santo católico nativo americano. Em 1988, trabalhou com Madre Teresa ajudando pacientes com AIDS em cuidados paliativos, e mais tarde fundou o Instituto American Indian AIDS de San Francisco.
Sua carreira, no entanto, nunca mais deslanchou. Em março de 2018, um porta-voz anunciou que Pena Pequena havia desenvolvido o câncer de mama no estágio 4. Hoje ela tem 72 anos e reside no norte da Califórnia.
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