Argentino cuidou de condor ferido e agora ele sempre vem visitá-lo

O vídeo de um condor se aproximando de um homem com as asas abertas e "o abraçando" se tornou um viral nos últimos dias. A imagem foi tomada na província de Neuquén, localizada na Patagônia argentina. Apesar da comovente cena, o desfecho da história pode não ser tão feliz. De acordo ao Clarin, os funcionários públicos do Ecoparque de Buenos Aires pretendem levar a ave, enquanto o homem que aparece no vídeo, chamado Edgardo Dellagaspera, acha que ele pode muito bem se virar sozinho ali, em seu habitat natural.

- "Um dia de março ele apareceu aqui sozinho e com uma patinha machucada, ele ainda era um filhotão", contou Edgardo. - "Fiz curativos na sua lesão que não parecia ser grave e desde esse dia ele aparece toda vez que o chamo", acrescentou.

A propriedade está em uma área em que estas aves habitualmente vivem e de fato o caso que se tornou viral não é único. Nesse mesmo lugar já foram resgatados quatro condores no lapso de três anos. Todos foram depois liberados com a intervenção dos organismos nacionais e provinciais de conservação.

Edgardo contou que com este último condor, além de curá-lo, como se tratava de um filhote, tiveram que treiná-lo para que pudesse voltar à natureza.

- "Geralmente, nós não lhe deixamos comida para que aprenda a buscar por sua conta", assegurou. Também contou que faz pouco aprendeu a voar: - "Segue aparecendo, mas cada vez menos, que é o que esperávamos."

Finalmente, com respeito à intenção das autoridades de Buenos Aires de levar o animal, o cuidador foi contundente:

- "Dizem que vêm buscá-lo para levar a um lugar adequado, mas aqui o condor está ao ar livre, em seu habitat natural e que reconhece como próprio, de modo que não estamos de acordo com essa intervenção."

Edgardo pode estar coberto de razões. No final de 2011, o pessoal da Polícia Ambiental argentina resgatou um condor desidratado ai mesmo em Neuquén. A grande ave, que acabou recebendo o nome de Sayani ("aquele que se mantém em pé", na língua quíchua), passou mais dois anos mudando de cativeiro, de uma instituição a outra, até enfim ser liberado na Serra de Ancasti, na Catamarca argentina.