Raça de cão não afeta o comportamento, de acordo com nova pesquisa genética

Um novo estudo do genoma publicado na revista Science descobriu que a raça apenas não é uma maneira precisa de prever a personalidade do seu amigo de quatro patas. Os pesquisadores entrevistaram os donos de 18.385 cães, fazendo perguntas sobre o comportamento de seus filhotes, como se eles trabalham em tarefas até terminarem, se são amigáveis com estranhos ou se circulam antes de fazer cocô. Eles também sequenciaram o DNA de 2.155 cães de raças puras e mestiças e compararam com os resultados da pesquisa. Eles descobriram que a raça explica apenas cerca de 9% da variação no comportamento de um cão.

- "É um grande avanço na forma como pensamos sobre o comportamento dos cães", disse Elaine Ostrander, especialista em genética canina do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano dos EUA, que não esteve envolvida no estudo. - "Nenhuma raça possui qualquer característica particular."

Você pode ter ouvido estereótipos sobre certas raças, algumas, como labradores, são mais adoráveis, enquanto outras, como chihuahuas, são mais agressivas.

- "Qualquer bom treinador de cães dirá que esses estereótipos são um desastre", diz Marc Bekoff, especialista em comportamento canino da Universidade do Colorado em Boulder. - "As raças não têm personalidade. Indivíduos sim."


Mas a raça pode dizer algumas coisas aos pesquisadores. No geral, os cientistas descobriram que alguns traços comportamentais são mais comuns em certas raças. Por exemplo, os border collies parecem estar mais prontos para responder à direção humana do que outras raças.

Os pesquisadores descobriram que nenhum traço comportamental estava presente em todos os cães de uma raça ou ausente de todos eles. Em outras palavras, embora alguns comportamentos sejam mais propensos a aparecer em algumas raças, a raça sozinha não pode prever a disposição de um determinado cão. Em vez disso, a personalidade é moldada por uma combinação de fatores, incluindo o ambiente que um cão vive.

- "A genética é importante, mas a genética é um empurrão em uma determinada direção. Eles não são um destino", disse Evan MacLean, diretor do Centro de Cognição Canina do Arizona da Universidade do Arizona, que não esteve envolvido na pesquisa. - "Sabemos disso há muito tempo em estudos humanos, e este artigo realmente sugere que o mesmo é verdade para os cães."