Um homem pode perder sua vida no mais tolo dos contratempos, como tropeçar no próprio pé e quebrar o pescoço. No entanto, algumas pessoas têm uma habilidade incrível de enganar a morte. John Smith foi uma delas. John Smith nasceu em 1661 em Malton, New Yorkshire, Inglaterra. Seu pai era fazendeiro, mas John foi aprendiz de um empacotador em Londres. Mais tarde, ele se tornou um jornaleiro. Depois passou a servir a marinha, primeiro num navio mercante, depois num navio de guerra, e esteve na famosa expedição contra Vigo. Mas no retorno dessa expedição ele foi dispensado. |
John queria porque queria ser militar. Ele não havia se afastado do serviço naval por muito tempo quando se alistou como soldado no regimento de guardas comandado por Lord Cutts; mas ali conheceu más companhias e começou sua carreira como arrombador.
No século XVIII, a Inglaterra vivenciou um problema grave: para além da pirataria que assolava as colônias britânicas, espanholas e francesas no Caribe, o nível de criminalidade nesse século foi bastante elevado.
Em 1705, John foi acusado por quatro arrombamentos, em dois dos quais foi condenado e recebeu sentença de morte. John mostrou pouca preocupação com sua sentença, acreditando que seus amigos de alguma forma seriam capazes de salvá-lo. Infelizmente, veio uma ordem para sua execução. A data escolhida foi 24 de dezembro, véspera de Natal.
Na data marcada, John foi levado para a forca de Tyburn, um vilarejo no condado de Middlesex, e enforcado. Enquanto balançava na ponta da corda, alguns de seus amigos presentes no enforcamento puxaram suas pernas para encurtar seu sofrimento, enquanto outros os seguraram pela mera possibilidade de que John não morresse.
Depois de ficar pendurado por 15 minutos, a multidão começou a exigir que John fosse derrubado. A suspensão foi concedida e John foi levado para uma casa próxima, onde uma combinação de sangramento e outro tratamento tradicional o trouxeram de volta aos seus sentidos.
Quando recobrou os sentidos, foi questionado sobre quais foram seus sentimentos no momento da execução, ao que ele respondeu:
- "Lembro-me de uma grande dor causada pelo peso do meu corpo. Meu espírito estava em grande alvoroço, vi um grande clarão de luz ofuscante que parecia sair da minha cabeça em um flash", disse John aos amigos assombrados. - "Então a dor foi. Quando fui abatido, tive dores de cabeça tão fortes que poderia ter enforcado as pessoas que me libertaram."
Este incidente lhe rendeu o nome de "John-meio-enforcado". John obteve a liberdade algumas semanas depois, mas tal era sua propensão a más ações que ele voltou às suas práticas anteriores, voltou aos seus velhos hábitos e foi pego novamente por invasão de domicílio.
O júri não conseguiu chegar a um consenso durante o julgamento e adiou o veredicto para os juízes, que finalmente decidiram a favor de John, resultando em sua libertação. Apesar desse segundo golpe de sorte, John foi indiciado pela terceira vez e parecia inevitável que fosse condenado à execução. No entanto, antes do início do julgamento, o promotor faleceu e John obteve a liberdade novamente.
Mais de vinte anos depois, em 1727, John, agora um homem de 66 anos, usando o nome de John Wilson, foi flagrado abrindo o cadeado de um armazém. Embora fosse evidente que John tinha a intenção de roubar o local, ele só foi condenado por roubo do cadeado, por portar 8 michas e posteriormente condenado a deportação para a uma colônia penal.
John fez um apelo ao Sir John Eyles Knight, o prefeito de Londres na época, solicitando punição física em vez de deportação. Apesar de suas deficiências físicas e de ser pai de dois filhos, o tribunal não teve piedade e manteve sua sentença inicial, e John foi enviado para a colônia penal da Virgínia a bordo do Susannah. Entre 1715 a 1775, 50 mil criminosos entre homens e mulheres foram deportados para as Treze Colônias, principalmente Virgínia e Maryland para trabalho forçado em fazendas.
Essa foi a última vez que alguém ouviu falar do semi-enforcado John. A história de John Smith lembra um pouco a de Joseph Samuel, um mão leve que foi condenado a forca, mas na hora da execução três cordas quebraram. Quando o governador ouviu a história, concedeu o perdão a Samuel, declarando a intervenção divina.
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