Tubarão raro vive dentro de um vulcão a milhares de quilômetros de seu habitat natural

Muito pouco se sabe sobre o tubarão-dorminhoco-do-pacífico (Somniosus pacificus). Na verdade, não se sabe muito sobre qualquer uma das três espécies intimamente relacionadas de tubarões-dorminhocos e até fotografias destes animais são raras. Eles se movem lentamente (daí o nome "dorminhoco") e grande parte de sua atividade ocorre perto do fundo do mar. Eles também mergulham incrivelmente fundo até 2.000 metros ou mais fundo. Eles foram avistados em comprimentos de 4,4 metros, embora possa possivelmente atingir comprimentos superiores a 7 metros.

Os tubarões-dorminhocos-do-Pacífico, que se acredita serem predadores e necrófagos, podem deslizar pela água com pouco movimento corporal e pouco ruído hidrodinâmico, tornando-os predadores furtivos bem-sucedidos. Alimentam-se por meio de sucção e corte de suas presas. Eles têm bocas grandes que podem essencialmente inalar a presa e seus dentes cortam qualquer pedaço que seja grande demais para ser engolido.

Eles são assustadores, raros e supostamente vivem apenas em climas árticos. Essa é parte da razão pela qual o vídeo que você está prestes a ver é tão incrível. Os cientistas ficaram chocados ao ver um tubarão-dorminhoco-do-Pacífico tão longe de seu habitat no oceano ao redor do vulcão Kavachi.

O vulcão Kavachi nunca havia sido estudado de perto antes de 2015, quando a equipe que gravou este vídeo chegou. Eles jogaram o equipamento fotográfico nas profundezas, deixaram-no lá para gravar e puxaram-no de volta para analisar os resultados. Eles ficaram maravilhados com parte da vida marinha que viram serpenteando pela área ao redor do respiradouro. Eles ficaram surpresos, porém, quando viram a "bolha marrom" que parecia ser um tubarão.

Brennan Phillips e sua equipe não estavam lá para caçar misteriosos tubarões-dorminhocos e, se estivessem, estariam a milhares de quilômetros do lugar. Os tubarões-dorminhocos-do-Pacífico normalmente vivem no Ártico. Eles não têm lugar para pairar perto de vulcões quentes ao longo do equador, a oeste da Papa Nova Guiné.

Brennan enviou o vídeo para biólogos especializados em tubarões, e a resposta deles foi desconcertante: parecia mesmo um dorminhoco-do-Pacífico. Observe que o dorminhoco-do-sul, o dorminhoco-do-Pacífico e o tubarão-da-Groenlândia -todas espécies intimamente relacionadas- são apenas pequenas variações da mesma espécie. Isso significava que havia uma chance do tubarão ter sido identificado incorretamente. Mas, mas tarde ele foi confirmado mesmo como um dorminhoco-do-Pacífico. O vídeo abaixo dá uma ideia do comportamento aquático que os cientistas ainda não entendem.

Os cientistas só conseguem estudar os tubarões-dorminhocos-do-Pacífico quando eles são forçados a viajar para águas mais rasas em busca de alimento. Eles foram descobertos pela primeira vez na costa do Alasca onde foram avistados entre as águas adjacentes do Mar de Bering, na Rússia, bem como na costa da Califórnia, antes da descoberta do vulcão.

Os próprios cientistas ainda estão debatendo esta questão. Embora nunca se tenha conhecido que uma abertura vulcânica fosse o lar de um tubarão-dorminhoco antes deste caso, sabemos que eles estão entre a vida marinha mais esquiva e difícil de estudar, o que significa que poderiam ter estado escondidos lá o tempo todo sem que ninguém percebesse. Serão necessárias novas expedições ao vulcão Kavachi, além de muita sorte e paciência para replicar esta descoberta milagrosa e responder a esta pergunta de uma vez por todas.