Colonos e comerciantes chineses provavelmente levaram o macarrão para a Indonésia em 2.000 a.C. e com eles chegaram muitos métodos de fabricação. Os moradores Srandakan, Bantul, Yogyakarta, Indonésia dizem que a primeira fábrica de macarrão local foi inaugurada na década de 1940 por um pregador muçulmano do Iêmen. Ele começou a prepará-lo com mandioca porque sua esposa, uma migrante chinesa, percebeu que era abundante na região, mas o rápido aumento de macarrão instantâneo produzido em massa na década de 1970 empurrou os fabricantes tradicionais para fora do mercado. |
O macarrão local, chamado mi letheg ou mi lethek, utiliza os ingredientes básicos de farinha de tapioca e mandioca. O processo de produção do macarrão letheg ainda usa métodos tradicionais de mais de 2.000 anos.
A expressão "mie letheg", significa "macarrão feio" em indonésio, porque o macarrão tem uma cor acastanhada turva e é menos atraente, ao contrário do macarrão em geral. O mie letheg não usa corantes químicos ou conservantes, mas quando seco pode ser armazenado por mais de três meses.
Esse macarrão vem da farinha de mandioca que é triturada em um moinho de pedra movido por vacas. A força bovina é usada para mover um cilindro pesando 1 tonelada como forma de misturar os ingredientes do macarrão cru. Essa massa é então cozida no vapor em um fogão ainda feito de barro.
Após o ajuste do teor de água, a massa é novamente cozida no vapor, cortada e moldada em macarrão em uma ferramenta chamada pull onde a massa é comprimida por um tipo de prensa. Este é o único passo que não é feito manualmente. Os fios de macarrão são então espalhados em camadas sobre cestas de bambu e os funcionários certificam-se para que não fiquem emaranhados. O macarrão volta para o forno e depois permanece pendurado para pré-secagem por duas horas.
A partir dai o macarrão é disposto em porções sobre uma enorme bandeja de bambu para secar. Este é o passo mais crítico da produção porque o processo de secagem necessita de aproximadamente um dia ensolarado, mas se chover ou estiver muito úmido corre o risco de estragar todo o lote então alguém sempre tem que ficar atento. Ademais, como o macarrão não tem nenhuma espécie de conservante, se não secar rápido o suficiente, pode estragar.
Hoje a Indonésia é um dos maiores produtores e consumidores de macarrão instantâneo, e restam apenas duas fabricantes de mi letheg no país, mas esta tradição pode também não ter um futuro promissor porque os pacotes de 4 kg de mi letheg são vendidos por cerca de 25 reais, que é metade do preço da marca de macarrão instantâneo mais popular da Indonésia. Os jovens também não estão interessados em manter vivo o negócio dos pais e se mudaram para a capital.
O negócio ainda sobrevive porque comerciantes de comida de rua de Bantul vão diretamente à fábrica para selecionar pacotes de macarrão para vender nas suas barraquinhas, especialmente ao redor do Mercado de Srandakan. Quem experimentou e aprovou o macarrão feioso de rua foi Barack Obama durante uma visita à região em 2017.
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