A arte dos isqueiros antigos

O primeiro isqueiro foi inventado pelo químico alemão Johann Wolfgang Döbereinerem, em 1823, e era chamado de lâmpada de Döbereiner. Este isqueiro primitivo utilizava uma reação química entre zinco, ácido sulfúrico, gás hidrogênio e platina para produzir uma chama. Embora não fosse um dispositivo portátil e de bolso como os isqueiros modernos, representou um avanço significativo na tecnologia de acender fogo. Curiosamente, os isqueiros foram inventados antes dos fósforos.

Os fósforos de fricção, como os conhecemos hoje, só foram inventados em 1826 pelo químico britânico John Walker. Eles eram rudimentares e, às vezes, pouco confiáveis.

A introdução de isqueiros acessíveis e produzidos em massa, como o isqueiro BIC, na década de 1970, tornou mais fácil para as pessoas carregarem um isqueiro consigo, sem se preocuparem em recarregá-lo ou consertá-lo.

Esses isqueiros eram frequentemente mais confiáveis e fáceis de usar do que os modelos mais antigos e elaborados.

Fumar, antes um hábito amplamente difundido e aceito, tornou-se menos comum e mais estigmatizado em muitas partes do mundo. Essa queda no tabagismo naturalmente reduziu a demanda por isqueiros, incluindo aqueles com muitos adornos.

Embora isqueiros decorados não sejam mais itens do dia a dia, eles se tornaram populares entre colecionadores. Muitos isqueiros vintage são procurados por seu artesanato, design e significado histórico.

O youtuber colecionador de isqueiros antigos Jad, que opera o projeto Histoire d'une Flamme, é uma dessas pessoas.

Os isqueiros do início do século XX que ele exibe parecem terrivelmente ineficientes, difíceis de usar e provavelmente perigosos em alguns casos (ele usa luvas à prova de fogo por um motivo), mas, como sempre, a regra da frieza reina suprema.

Ainda que os isqueiros tenham sido inventados primeiro, com a passagem dos anos os fósforos se popularizaram. Somente na segunda metade do século XIX, logo após a moda de fumar cigarros, os isqueiros de bolso e de mesa se tornaram populares.

No final da década de 1920, os isqueiros deixaram de ser meros instrumentos para se transformarem em acessórios de moda que expressavam os movimentos artísticos da época e refletiam um estilo de vida específico.

Os fabricantes, com a ajuda da indústria cinematográfica, da publicidade e de celebridades de Hollywood, transformaram os isqueiros em atraentes acessórios unissex, capazes de transmitir um visual glamouroso e uma imagem extremamente sensual, marcando o inconsciente coletivo da sociedade.