Uma breve história cega do braile previamente rejeitado

Caso você não saiba, o braile é um sistema de escrita e leitura tátil para pessoas com deficiência visual, baseado em células que contêm seis pontos em relevo. Esses pontos são organizados em duas colunas de três e podem ser combinados para formar letras, números, pontuação, notação musical e símbolos matemáticos. Engana-se quem pensa que o braile é uma criação contemporânea. Desenvolvido pelo francês Louis Braille, o sistema permite que pessoas cegas ou com baixa visão leiam e escrevam de forma independente.

Início do século XIX. Estamos no meio das Guerras Napoleônicas, no meio da Europa, e é madrugada. Um certo Capitão Charles Barbier, do exército de Napoleão, está tentando transmitir uma mensagem a uma de suas tropas.

Mas enviar comunicações escritas para as linhas de frente podia ser mortal para o destinatário. Ao acender uma vela para ler a mensagem podia revelar a posição do inimigo.

Charles Barbier em resposta ao pedido de Napoleão Bonaparte por um meio para os soldados se comunicarem entre si silenciosamente à noite e sem uma fonte de luz.[9] No sistema de Barbier, conjuntos de 12 pontos em relevo codificavam 36 sons diferentes. Isto provou ser muito difícil para os soldados reconhecerem os códigos pelo toque, e foi rejeitado pelos militares.

Em um momento de visão, em resposta ao pedido do próprio Napoleão Bonaparte por um meio para os soldados se comunicarem entre si silenciosamente à noite e sem uma fonte de luz, o capitão fez uma série de furos em uma folha de papel com sua lâmina, criando uma mensagem codificada que podia ser decifrada com a ponta dos dedos, mesmo na escuridão total.

No sistema de Charles, conjuntos de 12 pontos em relevo codificavam 36 sons diferentes. Isto provou ser muito complicado para os soldados reconhecerem os códigos pelo toque, e foi rejeitado pelos militares.

Os méritos de sua chamada escrita noturna nunca foram reconhecidos pelos militares, mas em 1821, Charles recorreu ao Instituto Real para Jovens Cegos, em Paris, na esperança de que encontrassem uma utilidade para seu inovador método de comunicação.

Lá, um adolescente precoce chamado Louis Braille, que perdeu a visão em um acidente na infância, fez exatamente isso.

Louis passou os anos seguintes aprimorando a ideia de Charles, criando um alfabeto organizado que se encaixava em uma célula padronizada de seis pontos.O sistema se popularizou.

Hoje, o Braille é o sistema universalmente aceito de escrita para cegos, adaptado para mais de 130 idiomas.

O braile promove a alfabetização, a independência e a inclusão de pessoas cegas ou com baixa visão. Ele proporciona uma maneira tátil de ler e escrever, o que é crucial para a educação, oportunidades profissionais e tarefas cotidianas, como ler etiquetas, operar máquinas e gerenciar documentos pessoais.

Ao proporcionar acesso igualitário à informação escrita, o braile é uma ferramenta fundamental para a autonomia e a capacidade de uma pessoa com déficit visual participar plenamente da sociedade.